KnoWhy #558 | Abril 24, 2020

Como Cristo “nos sela como Seus”?

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Scripture Central

"Portanto, quisera que fôsseis firmes e inamovíveis, sobejando sempre em boas obras, para que Cristo, o Senhor Deus Onipotente, possa selar-vos como seus" Mosias 5:15

O Conhecimento

Concluindo seu discurso histórico, o rei Benjamim expressou a esperança de que os de seu povo fossem "firmes e inamovíveis, sobejando sempre em boas obras, para que Cristo, o Senhor Deus Onipotente, possa selar-vos como seus" (Mosias 5:15; ênfase adicionada). No mundo bíblico antigo, "os selos comemoravam eventos políticos importantes, como casamento, tratados e celebrações públicas [...] [e] também eram usados em cerimônias religiosas".1 Por exemplo, os festas judaicas de outono incluem a saudação: "Que você seja inscrito e selado com um bom ano!"2 Numa cerimônia pública, Neemias e outros líderes religiosos e políticos selaram um pacto de fidelidade a Jeová e seus mandamentos (Neemias 9:38).

Pouco antes de Benjamim terminar seu discurso cerimonial, fez convênio com o povo de guardar os mandamentos do Senhor (Mosias 5:1–5). Benjamin, então, usou um final quiásmico para efetivamente selar o convênio com o qual o povo havia concordado (Mosias 5:6–15).3 A bênção final de Benjamin de que Cristo poderia "selar" o povo como Seu poderia ter sido acompanhada por um ritual de selamento do convênio (Mosias 5:6–7).4 O ato físico e literal de selar ou marcar, teria impresso na mente das pessoas o significado de Cristo, o Mestre, "selando-as" espiritualmente como Seus servos para servi-Lo (Mosias 5:13–14).

No Antigo Oriente Próximo, "as primeiras impressões de selos provavelmente denotavam propriedade de bens e materiais".5 O conceito de propriedade costumava ser gravado diretamente no próprio selo, com uma inscrição que dizia: "pertence a [nome]", ou uma variação semelhante.6 John Gee explicou: "Para selar um documento ou objeto, uma pessoa enrolava um cordão em volta dele, colocava uma camada de lama sobre o nó e pressionava o selo na lama. A colocação desse tipo de selo marcava o objeto como propriedade de uma pessoa em cujo nome estava selado".7 Portanto, num contexto israelita antigo, ser selado em Cristo é como ser literalmente marcado com Seu nome, como pertencer a Ele.

Alianças de casamento romanas feitos de ouro. Também poderiam ter sido usadas como selos. Imagem de John W. Welch. Alianças de casamento romanas feitos de ouro. Também poderiam ter sido usadas como selos. Imagem de John W. Welch.

A selagem dos documentos destinava-se também a garantir a sua autenticidade e integridade.8 John W. Welch explicou: ''Nos tempos antigos, os efeitos legais de selar um documento ou recipiente com um selo de cera ou argila, consistiam em atestar a integridade e pureza do conteúdo e certificar a propriedade do documento ou recipiente selado''.9 Os selos protegiam o conteúdo de um documento ou recipiente contra adulteração. Portanto, quando Cristo "te sela como Seu", Ele está, de fato, dando testemunho e protegendo a tua integridade e pureza.

O porquê

Com esse contexto antigo, entendemos a importância do poder de um selo. Aqueles a quem Cristo "selou" como Seus são aqueles sobre os quais Cristo colocou Seu nome e reclamou como Seus. Eles são Seus. Ele pode pastoreá-los e não os perderá (cf. João 6:39; 10:3–4). Por meio de Sua Expiação, Ele garantirá sua pureza e integridade e os protegerá da tentação (cf. D&C 124:124 ). Segundo o rei Benjamim, eles serão "levados ao céu" e terão "salvação sem fim e vida eterna por meio da sabedoria e poder e justiça e misericórdia daquele que criou todas as coisas no céu e na Terra, que é Deus acima de tudo" (Mosias 5:15).

Hoje, o Senhor restaurou o poder, os convênios e as ordenanças pelos quais Seus humildes e gratos seguidores podem ser "selado[s] para a vida eterna" ( D&C 131:5). Como o povo do rei Benjamim, para ter essas bênçãos seladas em sua cabeça, os seguidores de Cristo ainda hoje devem guardar os convênios que fizeram de seguir os mandamentos do Senhor, manter Seu nome sempre escrito em seu coração e ouvir e conhecer Sua voz: "[p]ois como conhece um homem o mestre a quem não serviu[?]" (Mosias 5:1–13).

Como Alma explicaria mais tarde aos zoramitas, se não se esforçassem para sempre se lembrar do Senhor, guardar seus convênios e se arrependerem de seus pecados, o diabo também poderia reclamá-los, possuí-los e "sel[á-los] como seus" (Alma 34:35). Mary Ellen W. Smoot, ex-presidente geral da Sociedade de Socorro, incentivou e ensinou notavelmente:

"Não podemos abandonar nossa fé quando encontramos dificuldades na vida. Não devemos nos afastar, não devemos recuar, não devemos ficar desanimadas. Devemos seguir adiante com destemor e determinação, sendo um exemplo para todas as pessoas a nosso redor, no recato, humildade e fé. Manter-nos constantes e imutáveis é uma jornada pessoal, com recompensas eternas, porque se assim o fizermos:''Cristo, o Senhor Deus Onipotente, [pode selar-nos] como seus, a fim de que [sejamos] levados ao céu e [tenhamos] salvação sem fim e vida eterna".10

Leitura Complementar

John Gee, ''Book of Mormon Word Usage: 'Seal You His''', Insights: A Window on the Ancient World 22, nº. 1 (2002): p. 4. John W. Welch, ''Parallelism and Chiasmus in Benjamin’s Speech'', em King Benjamin’s Speech: ''That Ye May Learn Wisdom'', ed. John W. Welch e Stephen D. Ricks (Provo, UT: FARMS, 1998), pp. 315–410. John W. Welch, ''Benjamin, The Man: His Place in Nephite History'', em King Benjamin’s Speech: ''That Ye May Learn Wisdom'', ed. John W. Welch e Stephen D. Ricks (Provo, UT: FARMS, 1998), pp. 23–54.

1. David C. Maltsberger, ''Seal, Signet'', em Eerdmans Dictionary of the Bible, ed. David Noel Freedman (Grand Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans, 2000), p. 1175. 2. ''Appendix: Complete Text of Benjamin’s Speech with Notes and Comments'', em King Benjamin’s Speech: ''That Ye May Learn Wisdom'', ed. John W. Welch e Stephen D. Ricks (Provo, UT: FARMS, 1998), p. 610. 3. Para a estrutura quiasmática e uma explicação de Mosias 5:6–15, ver John W. Welch, ''Parallelism and Chiasmus in Benjamin’s Speech", em King Benjamin’s Speech, pp. 369–373. 4. Ver Hugh Nibley, An Approach to the Book of Mormon (Salt Lake City e Provo, UT: Deseret Book e FARMS, 1988), p. 306. Ver também Brant A. Gardner, Second Witness: Analytical and Contextual Commentary on the Book of Mormon, 6 v. (Salt Lake City, UT: Greg Kofford Books, 2007), 3:189, ''Benjamin seals the new covenant upon the people''. 5. Maltsberger, ''Seal, Signet'', p. 1175. 6. Ver Nahman Avigad e Benjamin Sass, Corpus of West Semitic Stamp Seals (Jerusalem: Israel Academy of Sciences and Humanities; Israel Exploration Society; Institute of Archaeology, Hebrew University of Jerusalem, 1997), p. 470. 7. Ver John Gee, ''Book of Mormon Word Usage: 'Seal You His''', Insights: A Window on the Ancient World 22, nº. 1 (2002): p. 4.

8. Maltsberger, "Seal, Signet", p. 1175: "Os selos autenticavam cópias de regulamentos, tratados, acordos contratuais públicos, compra e venda de propriedade do governo e certificavam a qualidade ou quantidade do conteúdo de um recipiente". 9. John W. Welch, ''Benjamin, The Man: His Place in Nephite History'', em King Benjamin’s Speech: ''That Ye May Learn Wisdom'', ed. John W. Welch e Stephen D. Ricks (Provo, UT: FARMS, 1998), p. 41. 10. Mary Ellen W. Smoot, ''Constante e Imutável'', A Liahona, maio de 2001, disponível em ChurchofJesusChrist.org.

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