KnoWhy #7 | Janeiro 7, 2017

Jerusalém tinha muralhas ao seu redor?

Postagem contribuída por

 

Scripture Central

"Ora, depois de haver eu dito estas palavras [...] seguiram-me até chegarmos às muralhas de Jerusalém." 1 Néfi 4:4

O Conhecimento

Durante o início da tradução do Livro de Mórmon, no inverno de 1827-1828, Emma, esposa de Joseph Smith, costumava atuar como escriba enquanto ele traduzia. Mais tarde em sua vida, e em várias ocasiões, Emma contou a história de quando Joseph ficou surpreso com a menção de que existiam muralhas ao redor de Jerusalém na época de Leí.

Edmund C. Briggs contou a versão mais dramática da história, como havia ouvido de Emma em 1856:

Certa vez, enquanto traduzia, ele parou de repente, pálido como um papel, e disse: "Emma, Jerusalém tem muralhas ao seu redor?" Quando respondi "Sim", ele respondeu: "Ah, fiquei com medo de estar enganado". Ele tinha um conhecimento tão limitado na época que nem sabia que Jerusalém era cercada por muralhas.1
Muralha de Hezekiah

Em outro registro, ela disse: "Ele não tinha lido a Bíblia o suficiente para saber que havia muralhas em Jerusalém", e em 1877 lembrou, "e ele me perguntou se havia muralhas ao redor da cidade de Jerusalém". 2

David Whitmer, também, lembrou posteriormente, em 1885, "que na época [da tradução] Smith nem sabia que Jerusalém era uma cidade com muralhas".3 David provavelmente ouviu a história de Emma porque ele só foi morar perto da família Smith em 1829, já na fase final da tradução.

O porquê

Muralhas de Jerusalém

Qual é a importância da lembrança de Emma? A partir dessas fontes primárias, é evidente que os contemporâneos mais próximos de Joseph, inclusive sua própria esposa, consideraram que isso era uma evidência de que Joseph não era suficientemente bem informado sobre questões históricas e bíblicas para escrever o Livro de Mórmon.

John W. Welch, que compilou as fontes primárias da tradução do Livro de Mórmon, explicou que esses "registros [...] se concentram no fato de que Joseph Smith não tinha a educação adequada para produzir o Livro de Mórmon".4

Deus, muitas vezes magnifica as habilidades de Seus servos além de suas habilidades, como fez com Joseph durante a tradução do Livro de Mórmon.

Templo de Jerusalém

Daniel C. Peterson, outro acadêmico que estudou esses relatos de tradução do Livro de Mórmon, levantou outro ponto igualmente intrigante, que essa e outras evidências semelhantes do período da tradução sugerem: por vezes, até mesmo Joseph foi surpreendido pelo conteúdo do livro. "Aparentemente, o texto era novo e estranho para ele", observou Peterson. O texto era "algo externo a ele", e "havia partes do texto que ele não entendia".5

O fato dos detalhes do livro serem novidade para Joseph é uma indicação de que ele não era o autor do texto, mas que o conheceu enquanto o traduzia por meios divinos.

Assim como foi para Joseph, a revelação consiste em mostrar, abrir e ampliar novas informações. A revelação nos ajuda a ver coisas que não havíamos notado antes, embora sejam perfeitamente óbvias quando são trazidas à nossa atenção.

Leitura Complementar

Ver John W. Welch, "The Miraculous Translation of the Book of Mormon", em Opening the Heavens: Accounts of Divine Manifestations, 1820–1844, ed. John Welch com Erick B. Carlson (Salt Lake City/Provo, UT: Deseret Book e BYU Press, 2005), pp. 77–117. Daniel C. Peterson, "What the Manuscripts and the Eyewitnesses Tell Us about the Translation of the Book of Mormon," em Uncovering the Original Text of the Book of Mormon: History and Findings of the Critical Text Project, ed. M. Gerald Bradford e Alison V.P. Coutts (Provo, UT: FARMS, 2002), pp. 67–70. Daniel C. Peterson, "Editor's Introduction—Not So Easily Dissed: Some Fact for Which Counterexplanations of the Book of Mormon Will Need to Account," FARMS Review 17/2 (2005): xi–xlix.

1. Edmund C. Briggs, "A Visit to Nauvoo in 1856", Journal of History 9 (October de 1916): p. 454; transcrito em Opening the Heavens, p. 129 (document 38). Briggs também contou a história mencionando-a em "Interview with David Whitmer", Saints' Herald 31 (June 21, 1884): pp. 396–397; citado em Welch, "The Miraculous Translation of the Book of Mormon", em Opening the Heavens, p. 106 n.23. 2. Nels Madsen, "Visit to Mrs. Emma Smith Bidamon", 1931, Church Archives; transcrito em John W. Welch, "The Miraculous Translation of the Book of Mormon", em Opening the Heavens: Accounts of Divine Manifestations, 1820–1844, ed. John Welch com Erick B. Carlson (Salt Lake City/Provo, UT: Deseret Book e BYU Press, 2005), p. 130 (document 40). 3. "The Book of Mormon",Chicago Tribune, (December 17, 1885): 3; cf. M.J. Hubble, entrevista, 13 de novembro de 1886; ambos transcritos em Opening the Heavens, pp. 154, 156 (documents 93 and 95). Ver também "The Golden Tables", Chicago Times (August 7, 1875): 1; citado em Welch, "The Miraculous Translation of the Book of Mormon", p. 86. 4. Welch, "The Miraculous Translation of the Book of Mormon", p. 86. 5. Daniel C. Peterson, "Editor's Introduction—Not So Easily Dismissed: Some Fact for Which Counterexplanations of the Book of Mormon Will Need to Account", FARMS Review 17/2 (2005): xxii, xxi.

Rota do incenso
Antigo Oriente
Evidência
Parede
Livro de Mórmon