KnoWhy #466 | Novembro 28, 2018
Leí estava familiarizado com a Alegoria das Oliveiras de Zenos?
Postagem contribuída por
Scripture Central

"Sim, e meu pai falou muito sobre os gentios e também sobre a casa de Israel, que eles seriam comparados à oliveira cujos ramos seriam arrancados e espalhados pela face da Terra." 1 Néfi 10:12
O conhecimento
Quando Néfi resumiu as profecias de seu pai em 1 Néfi 10, incluiu o ensinamento de Leí de que os gentios e a casa de Israel "seriam comparados à oliveira cujos ramos seriam arrancados e espalhados pela face da Terra" (v. 12). Leí também entendeu que a futura coligação de Israel estava relacionada à mesma representação da oliveira. Ele ensinou que depois que fossem espalhados, "os ramos naturais da oliveira, ou melhor, os remanescentes da casa de Israel, seriam enxertados, ou seja, viriam a conhecer o verdadeiro Messias, seu Senhor e seu Redentor" (v. 14).
Os leitores familiarizados com Jacó 5provavelmente reconhecerão que os ensinamentos de Leí se relacionam com a alegoria de Zenos sobre a oliveira, que foi eventualmente registrada nas Placas Menores pelo filho de Leí, Jacó.1 O que pode não ser tão óbvio, no entanto, é que os comentários de Leí fornecem uma interpretação e aplicação inspiradas da alegoria de Zenos. De acordo com Noel B. Reynolds:
Leí relaciona os ramos arrancados à diminuição da incredulidade e interpreta a dispersão dos ramos na alegoria de Zenos como significando, em parte, que devemos ser "conduzidos todos juntos à terra da promissão, para que se cumprisse a palavra do Senhor de que seríamos dispersos por toda a face da Terra" (v. 13). Ele interpreta o enxerto dos ramos naturais de volta à oliveira como a retomada do conhecimento de Cristo.2
The Tree of Life de Hannah ButlerOs leitores também devem reconhecer que os ensinamentos de Leí sobre a oliveira vêm logo após seu sonho da Árvore da Vida. Essa proximidade é significativa porque, como John A. Tvedtnes argumentou, fornece "evidências de que a visão de Leí da Árvore da Vida está relacionada à parábola de Zenos".3 Essa afirmação é corroborada pelo fato de que os irmãos de Néfi aparentemente associaram as duas árvores como símbolos interligados quando perguntaram sobre os ensinamentos de seu pai.4
Outra evidência da dependência de Leí em relação à alegoria de Zenos vem de suas bênçãos finais sobre sua posteridade. Ao declarar a palavra do Senhor, Leí profetizou: "Se guardardes meus mandamentos, prosperareis na terra; mas se não guardardes meus mandamentos, sereis afastados de minha presença" (2 Néfi 1:20). Reynolds viu isso como um reflexo dos "ciclos alternados de crescimento produtivo e da poda na alegoria de Zenos".5
A bênção e a maldição de Leí estavam especificamente relacionadas com a terra prometida de seu povo, que descreve uma terra "escolhida acima de todas as outras" (2 Néfi 1:5). Essa frase se correlaciona com a "terra fértil" em Jacó 5:43, onde o Senhor da vinha o descreve como "melhor do que todas as outras partes do terreno de minha vinha".
Que mais poderia ter eu feito pela minha vinha? de Sammie DockstaderEm Jacó 5:40, os leitores aprendem que o fruto bravo deste campo escolhido havia finalmente "sobrepujado a parte da árvore que produzira frutos bons, tanto assim que o ramo havia secado e morrido". Leí parece ter entendido que esta era uma profecia sobre sua própria posteridade, especificamente sobre como a semente dos lamanitas acabaria por superar a semente dos nefitas, outrora justos.
Em concordância com a alegoria de Zenos sobre este ponto, Leí abençoou a posteridade de Lamã e Lemuel para que, se amaldiçoados, eles não fossem "completamente destruídos" (v. 9) e que, em vez disso, eles tirassem a maldição e ela caísse "sobre a cabeça de [seus] pais"(v. 6). A profecia de Leí pode ajudar os leitores a entender por que os ramos selvagens (os lamanitas) foram autorizados a superar os bons ramos (os nefitas) na alegoria de Zenos. Isso ocorreu porque os nefitas pecaram conscientemente contra a luz e a verdade, enquanto os lamanitas eram menos responsáveis espiritualmente devido às tradições iníquas de seus antepassados.6
O porquê
Embora isso nunca seja declarado diretamente, os ensinamentos e as profecias de Leí mostram um conhecimento consistente da alegoria de Zenos sobre a oliveira. Isso faz muito sentido, considerando que a Alegoria de Zenos também parece ter sido conhecida pelos profetas do Velho Testamento.7 Ela também ajuda a explicar por que outros profetas do Livro de Mórmon — como Néfi, Jacó, Alma e Mórmon —valorizaram os ensinamentos de Zenos.8 Ao fazer isso, seguiram o exemplo de Leí, seu patriarca fundador.
A oliveira, de Hannah AllenA Alegoria das Oliveiras refere-se à história passada e ao destino futuro da casa de Israel.9 Isso significa que, assim como Leí, os leitores de hoje podem encontrar seu próprio lugar na alegoria. Assim como Leí viu que parte de sua posteridade seria invadida, ele também sabia que, nos últimos dias, Israel seria coligada novamente. E somos convidados a participar dessa coligação. Falando aos jovens, o Presidente Russell M. Nelson explicou:
O Senhor disse ao profeta Joseph Smith que este momento, referindo-se aos nossos dias, é a décima primeira hora e a última vez que Ele vai chamar trabalhadores para Sua vinha com o propósito declarado de reunir os eleitos dos quatro cantos da Terra[...] Vocês desejam fazer parte do maior desafio, da maior causa, e do maior trabalho que está sendo realizado na Terra hoje em dia?10
Independentemente da nossa idade, podemos contribuir para essa coligação e gerar bons frutos vivendo retamente e convidando outros a virem a Cristo. Ao fazermos isso, teremos "alegria no fruto" do nosso trabalho, como profetizado em Jacó 5:71. Participar desta coligação monumental é um privilégio único porque ajuda a preparar o mundo para a segunda vinda de Jesus Cristo. E, ao mesmo tempo, cumpre as esperanças e desejos de todos os santos profetas, como Zenos e Leí, que previram que a restauração de Israel ocorrerá em nossos dias.
Leitura Complementar
Noel B. Reynolds, "Nephite Uses and Interpretations of Zenos", em The Allegory of the Olive Tree: The Olive, The Bible, and Jacob 5, ed. Stephen D. Ricks e John W. Welch (Salt Lake City e Provo, UT: Deseret Book and FARMS, 1994), pp. 21–49. David Rolph Seely e John W. Welch, ''Zenos and the Texts of the Old Testament'', em The Allegory of the Olive Tree: The Olive, the Bible, and Jacob 5, ed. Stephen D. Ricks e John W. Welch (Salt Lake City e Provo, UT: Deseret Book and FARMS, 1994), pp. 322–346. John A. Tvedtnes, ''Borrowings from the Parables of Zenos'', em The Allegory of the Olive Tree: The Olive, The Bible, and Jacob 5, ed. Stephen D. Ricks e John W. Welch (Salt Lake City e Provo, UT: Deseret Book and FARMS, 1994), pp. 373–426.1. Ver o artigo da Central do Livro de Mórmon, "Por que Jacó compartilhou a Alegoria das Oliveiras? (Jacob 4:17)", KnoWhy 66, (23 de março de 2017). 2. Noel B. Reynolds, "Nephite Uses and Interpretations of Zenos", em The Allegory of the Olive Tree: The Olive, The Bible, and Jacob 5, ed. Stephen D. Ricks e John W. Welch (Salt Lake City e Provo, UT: Deseret Book and FARMS, 1994), p. 23. 3. John A. Tvedtnes, "Borrowings from the Parables of Zenos", em The Allegory of the Olive Tree, p. 375. 4. Ao perguntar sobre o significado das profecias de seu pai, os irmãos de Néfi primeiro perguntam sobre o simbolismo da oliveira nos ensinamentos de seu pai (1 Néfi 15:7). Então, eles imediatamente perguntam sobre o simbolismo da árvore que Leí viu, que Néfi explicou ser um símbolo da Árvore da Vida (1 Néfi 15:21–22). Para uma comparação visual do simbolismo inerente a essas árvores, ver John W. Welch e J. Gregory Welch, Charting the Book of Mormon: Visual Aids for Personal Study and Teaching (Provo, UT: FARMS, 1999), Tabela 95. 5. Reynolds, "Nephite Uses and Interpretations of Zenos", p. 25. 6. Ver também Alma 9:19; Alma 24:30; Helamã 7:24. 7. Ver Tvedtnes, "Borrowings from the Parables of Zenos", pp. 373–426; Central do Livro de Mórmon, "Profetas como Ezequiel conhecem os escritos de Zenos? (Jacó 5:24)'', KnoWhy 440, (11 de outubro de 2018). 8. Ver 1 Néfi 19:10–17; Jacó 5:1–77; 6:1; Alma 33:3–11,13,15; 34:7; Helamã 8:19–20; Helamã 15:11; 3 Néfi 10:14–17. 9. Ver Joseph Fielding Smith, "Who Were the Prophets Zenos and Zenock?" Improvement Era 66 (março de 1963): pp. 158–59. 10. Russell M. Nelson, ''Juventude da promessa'', Devocional mundial, 3 junho de 2018, disponivel em lds.org.