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KnoWhy #611 | Junho 2, 2021
Por que William E. McLellin chamou o Livro de Mórmon de “menina dos meus olhos”?
Postagem contribuída por
Central das Escrituras
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"Eis que assim diz o Senhor a meu servo William E. McLellin: Bem-aventurado és, visto que te afastaste de tuas iniquidades e recebeste minhas verdades, diz o Senhor teu Redentor, o Salvador do mundo, sim, de todos os que creem em meu nome." Doutrina e Convênios 66:1
O conhecimento
William E. McLellin filiou-se à Igreja no estado de Illinois no verão de 1831, sendo chamado como um dos membros originais do Quórum dos Doze em 1835. Steven C. Harper observou: "Contudo, McLellin era inconstante, sua determinação vacilava."1 Consequentemente, por fim, ele "rompeu com seus líderes após as dificuldades financeiras em Kirtland, em 1837, sendo excomungado em maio de 1838".2Décadas depois, o escritor opositor da Igreja, James T. Cobb, contatou McLellin como parte de seus esforços a "estabelecer a falsidade do Livro de Mórmon por meio de um estudo minucioso sobre suas origens".3 McLellin provavelmente pareceria ser simpatizante dos mesmos interesses de Cobb, afinal, não apenas havia sido excomungado, mas também "rapidamente se tornou um oponente ativo e até irascível da Igreja e particularmente hostil —aparentemente, ao ponto de usar de violência — contra Joseph Smith."4 Em 1880, quando Cobb o contatou, McLellin também havia se distanciado dos diferentes grupos dissidentes da restauração.5 No entanto, a resposta que Cobb recebeu provavelmente o surpreendeu. McLellin explicou: "Quando examino minuciosamente um assunto e estabeleço minha mente [...] então, evidências maiores deverão ser introduzidas antes que mude [de ideia]. Selo que o Livro de Mórmon é um registro verdadeiro e divino e que evidências jamais vistas serão necessárias para abalar minha [convicção] em relação à sua pureza." McLellin leu os argumentos de críticos como Cobb, mas insistiu: "Minhas evidências estão acima de todas!"6 Entre as principais evidências às quais McLellin recorreu, estava o depoimento das outras onze testemunhas formais do Livro de Mórmon. Ele conhecia a maioria pessoalmente, e fora seu testemunho que o convertera à Igreja, antes de tudo. Em 18 de julho de 1832, McLellin ouviu os missionários Santos dos Últimos Dias pregarem, um dos quais era David Whitmer. Depois que seu companheiro terminou de falar, "D[avid] Whitmer levantou-se e compartilhou seu testemunho sobre ter visto um santo anjo que lhe fez saber a veracidade deste registro".7 Durante as próximas duas semanas, McLellin continuou a ouvir a pregação dos missionários. Então, sabendo estarem indo para Independence, Missouri, McLellin partiu para o oeste em 3 de agosto, esperando "chegar a Independence antes deles e ver se o depoimento das outras testemunhas correspondia ao deles".8 Em 18 de agosto, McLellin chegou ao condado de Jackson, onde logo encontrou David Whitmer novamente, desta vez com Martin Harris, a quem conheceu pela primeira vez. As duas testemunhas acompanharam McLellin em uma viagem de 16 quilômetros até uma das vilas onde os santos estavam reunidos.9 No dia seguinte, McLellin conheceu Hyrum Smith, irmão do Profeta Joseph e uma das oito testemunhas. McLellin e Hyrum foram para a um bosque para uma conversa particular que durou quatro horas. McLellin escreveu em seu diário: "Indaguei sobre os detalhes da revelação do registro, sobre o surgimento da Igreja e seu progresso e sobre os testemunhos dados por ele [Hyrum]."10Desde a primeira vez que escutara falarem do Livro de Mórmon, McLellin refletiu sobre tudo o que ouviu.11Então, em 20 de agosto, "ele se levantou cedo e se dedicou a orar fervorosamente". Ele desejou que "Deus o conduzisse à verdade."12 Enquanto orava, McLellin percebeu que "de todo o conhecimento que [poderia] obter por meio de estudo, busca e pesquisa, estava obrigado, como um homem honesto, a reconhecer a veracidade e a validade do Livro de Mórmon e também que havia encontrado o povo do Senhor— A Igreja Viva de Cristo."13 Mais tarde naquele mesmo dia, ele foi batizado por Hyrum Smith.14 Nos meses e anos seguintes, McLellin continuaria a se comunicar com essas três e outras testemunhas do Livro de Mórmon.15 Isso se traduziu em um poderoso testemunho e grande amor pelo Livro de Mórmon. Como missionário (que incluiu um tempo como companheiro de Samuel H. Smith, outra das oito testemunhas), o Livro de Mórmon e as "evidências a seu favor", com os "testemunhos de sua divindade", junto aos testemunhos, eram "de longe os [temas] mais frequentes em seus sermões", como copiosamente registrado em seus seis diários missionários entre 1831 e 1836.16Apesar de seu subsequente desapontamento com Joseph Smith e a Igreja, suas muitas experiências com as testemunhas do Livro de Mórmon tiveram um impacto duradouro. Como ele escreveu a Cobb: "Conheci toda a família Smith e a família Whitmer e ouvi todos os seus testemunhos, que concordavam nos pontos principais; acreditei neles, na época e ainda acredito."17Como lembrou mais tarde em sua vida, uma conversa particular com David Whitmer e Oliver Cowdery o deixou bastante convencido da honestidade e veracidade de seu testemunho. Foi no final de julho de 1833, "quando a turba reinou triunfante no condado de Jackson". A turba estava procurando especificamente por McLellin e Oliver, e uma recompensa foi oferecida por suas cabeças. Os dois homens "fugiram [de suas] casas, temendo represálias pessoais" e buscaram refúgio no povoado dos Whitmers.18McLellin mais tarde lembrou: "Lá, no bosque solitário" fora da fazenda Whitmer," eu me encontrei com David Whitmer e Oliver Cowdery."19 McLellin confrontou as duas testemunhas diretamente:"Irmãos, nunca tive uma visão em minha vida, mas vocês dizem que sim, portanto, realmente devem saber como é. Agora, sabendo que suas vidas estão em perigo a toda hora, caso a turba nos capture, diga-me, sob o temor de Deus, O Livro de Mórmon é verdadeiro?"20Oliver Cowdery "olhou para [McLellin] com solenidade em seu rosto" e respondeu: "Irmão William, Deus enviou Seu santo anjo para declarar a verdade da tradução para nós, e assim o sabemos. E mesmo que a turba nos mate, ainda devemos morrer declarando sua verdade."21 David corroborou o que Oliver disse. "Oliver lhe disse a verdade solene, porque não poderíamos ser enganados. Devo declarar a você com toda a sinceridade que é verdade!"22 Após ouvir os dois homens, McLellin respondeu: ''Eu acredito em vocês. Não vejo razão para me contarem mentiras agora, quando nossas vidas estão em perigo".23
O porquê
Tendo recebido um poderoso testemunho em primeira mão de homens que ele conhecera e com quem servira por anos, cujo caráter e integridade observara pessoalmente, McLellin tinha razão em exigir evidências mais convincentes daqueles que criticavam o Livro de Mórmon. Ele apreciava o livro com profundo amor e grande estima, e pessoalmente levava seu conteúdo e doutrinas muito a sério. Então, em resposta a Cobb, McLellin o defendeu com muita confiança e incisividade.Quando uma pessoa ataca o Livro de M[órmon], toca a menina dos meus olhos. [Ela] luta contra a verdade, contra a pureza, contra a luz, contra o mais puro, ou um dos livros mais verdadeiros e puros da terra. Tenho mais confiança no Livro de Mórmon do que em qualquer outro livro nesta vasta terra! E não é porque desconheço o seu conteúdo, porque já o li provavelmente umas 20 vezes. Eu o li detalhadamente em um ano e fiz muitas anotações sobre ele. Porque um homem não ama a pureza quando encontra falhas no Livro de Mórmon!!24.Hoje, a oportunidade de conhecer e questionar as Testemunhas do Livro de Mórmon, como McLellin fez, já não é possível. Portanto, os escritos e registros de pessoas como McLellin, que conheciam bem as testemunhas e as questionaram sobre suas experiências, são inestimáveis. Como Steven C. Harper observou: "É difícil imaginar alguém em melhor posição para avaliar as declarações das testemunhas do Livro de Mórmon do que William McLellin." Ele não tinha "nenhum interesse em apoiar" a Igreja, mas quando se tratava do Livro de Mórmon, "ele era obrigado pelas evidências a reconhecer sua veracidade e validade."25 Harper acrescentou:
[McLellin] não apenas conhecia as declarações das testemunhas do Livro de Mórmon, mas também conhecia algumas delas de perto e as questionou pessoalmente. Ele não era bobo, ele não era ingênuo. E ele estava em posição de saber se as testemunhas eram tontas, ingênuas ou conspiradoras. Estando bem informado, McLellin optou por acreditar que as declarações das testemunhas eram verdadeiras.26Graças aos relatos convincentemente documentados sobre os depoimentos de testemunhas oculares deixados por McLellin e muitos outros, os pesquisadores atuais também podem escolher racional e espiritualmente aceitar as declarações das testemunhas do Livro de Mórmon, desfrutar e valorizar para sempre este livro, fruto da árvore-da-vida de Deus.
Leitura Complementar
Daniel C. Peterson, "A Witness for the Book of Mormon Witnesses", Deseret News, 3 de abril de 2014, disponível em deseretnews.com. Mitchell K. Shaefer, "‘The Testimony of Men’: William E. McLellin and the Book of Mormon Witnesses", BYU Studies 50, no. 1 (2011): pp. 99–110. Mitchell K. Shaefer, William E. McLellin’s Lost Manuscript (Salt Lake City, UT: Eborn Books, 2011). Jan Shipps y John W. Welch, eds., The Journals of William E. McLellin, 1831–1836 (Provo, UT: BYU Studies; Urbana e Chicago, IL: University of Illinois Press, 1994). Larry C. Porter, "William E. McLellan’s Testimony of the Book of Mormon", BYU Studies 10, no. 4 (1970): pp. 485-487.1. Steven C. Harper, "McLellin, William E.", em Doctrine and Covenants Reference Companion, ed. Dennis L. Largey e Larry E. Dahl (Salt Lake City, UT: Deseret Book, 2012), p. 396.2. Daniel C. Peterson, "A Witness for the Book of Mormon Witnesses", Deseret News, 3 de abril de 2014, disponível em deseretnews.com. Para saber mais sobre os problemas financeiros em Kirtland, consulte a Central do Livro de Mórmon, ''Por que a Sociedade de Previdência de Kirtland falhou? (Doutrina e Convênios 64:21)", KnoWhy 604 (26 de maio de 2021).
3. Larry C. Porter, "William E. McLellan’s Testimony of the Book of Mormon", BYU Studies 10, no. 4 (1970): p. 485.
4. Peterson, "Witness for the Book of Mormon Witnesses".
5. Sobre a vida de McLellin, ver Larry C. Porter, "The Odyssey of William Early McLellin: Man of Diversity, 1806–1883," em The Journals of William E. McLellin, 1831–1836, ed. Jan Shipps e John W. Welch (Provo, UT: BYU Studies; Urbana e Chicago, IL: University of Illinois Press, 1994), pp. 291–358.
6. William E. McLellin para JT Cobb, 14 de agosto de 1880, em Porter, "William E. McLellan's Testimony", p. 486; algumas correções ortográficas foram feitas.
7. William E. McLellin, Journal, 18 de julho de 1831, em Journals of William E. McLellin, p. 29. Algumas fontes indicam que Samuel H. Smith (outra testemunha do Livro de Mórmon) e Reynolds Cahoon pararam na cidade de McLellin dias antes de David Whitmer e seu companheiro, Harvey Whitlock, passarem por lá, e foram Samuel e Cahoon a quem McLellin ouviu pregar pela primeira vez. Ver Porter, "Odyssey of William Early McLellin", p. 296.
8. McLellin, Journal, August 3, 1831, em Journals of William E. McLellin, p. 31.
9. McLellin, Journal, August 18, 1831, em Journals of William E. McLellin, p. 31.
10. McLellin, Journal, August 19, 1831, em Journals of William E. McLellin, p. 31.
11. McLellin, Journal, July 18, 1831, em Journals of William E. McLellin, p. 29.
12. McLellin, Journal, August 20, 1831, em Journals of William E. McLellin, p. 31; gramática corrigida.
13. McLellin, Journal, August 20, 1831, em Journals of William E. McLellin, p. 31; a pontuação foi modificada para facilitar a leitura.
14. McLellin, Journal, August 20, 1831, em Journals of William E. McLellin, p. 32.
15. Para as interações de McLellin com as testemunhas do Livro de Mórmon, ver William G. Hartley, "The McLellin Journals and Early Mormon History," em Journals of William E. McLellin, pp. 264–267; Mitchell K. Shaefer, "‘The Testimony of Men’: William E. McLellin and the Book of Mormon Witnesses," BYU Studies 50, no. 1 (2011): pp. 99–102.
16. John W. Welch, "The Acts of the Apostle William E. McLellin", em Journals of William E. McLellin, p. 19. Para saber mais sobre seu tempo como companheiro missionário de Samuel H. Smith, ver Hartley, "McLellin Journals", pp. 266–267.
17. McLellin para Cobb, em Porter, "William E. McLellan's Testimony", p. 486.
18. William E. McLellin, "The Testimony of Men", ca. 1871, em Shaefer, "Testimony of Men", 109; a pontuação foi modificada para facilitar a leitura; palavras riscadas foram omitidas e a ortografia foi modificada para se adequar às convenções modernas. Ver também Mitchell K. Shaefer, William E. McLellin’s Lost Manuscript (Salt Lake City, UT: Eborn Books, 2011), p. 166.
19. McLellin, "Testimony of Men", p. 109. Comparar com Shaefer, McLellin’s Lost Manuscript, p. 166.
20. McLellin, "Testimony of Men", p. 109; trechos em negrito foram adicionados à transcrição original feita pela BYU Studies. Comparar com Shaefer, McLellin’s Lost Manuscript, pp. 166–167.
21. McLellin, "Testimony of Men", p. 109; sublinhado no original. Comparar com Shaefer, McLellin’s Lost Manuscript, p. 167.
22. McLellin, "Testimony of Men", p. 109. Comparar com Shaefer, McLellin’s Lost Manuscript, p. 167.
23. McLellin, "Testimony of Men", p. 109. Comparar com Shaefer, McLellin’s Lost Manuscript, p. 167.
24. McLellin to Cobb, em Porter, ''William E. McLellan’s Testimony", p. 486; maiúsculas e gramática modificadas.
25. Steven C. Harper, "The Eleven Witnesses", em The Coming Forth of the Book of Mormon: A Marvelous Work and a Wonder, ed. Dennis Largey, Andrew H. Hedges, John Hilton III, Kerry Hull (Salt Lake City, UT: Deseret Book; Provo, UT: Religious Studies Center, Brigham Young University, 2015), p. 129.
26. Harper, "Eleven Witnesses", p. 129.
Objetivo do Livro de Mórmon
McLellin, William E.
Testemunhas
Doutrina e Convênios