KnoWhy #515 | Maio 23, 2019

O que sabemos sobre a ”transcrição Anthon”?

Postagem contribuída por

 

Scripture Central

''Sabes de alguém que possa traduzir? Porque desejo que estes registros sejam traduzidos para a nossa língua''. Mosias 8:12

O conhecimento

Uma das fontes mais importantes relacionadas a visita de Martin Harris e consulta aos especialistas Samuel Mitchill e Charles Anthon é um pequeno pedaço de papel conhecido atualmente em inglês como o "Charactors Document" (em português, documento dos caracteres); também conhecido como "Anthon Transcript" (a Transcrição Anthon).1

Este documento foi provavelmente criado entre os anos 1829-1831 por John Whitmer, uma das oito testemunhas do Livro de Mórmon e chamado por revelação para ser um dos primeiros historiadores e registradores da Igreja de Cristo (D&C 47).2 A transcrição contém caracteres e acredita-se que foram extraídos das placas do Livro de Mórmon e mostrados a Mitchill e Anthon por Harris para serem examinados no inverno de 1828.3

Embora o documento em si não seja o texto original examinado por Mitchill e Anthon, aparenta ser uma cópia antiga do original, agora perdido, elaborado por Joseph Smith.4 Em algum momento, o documento foi parar nas mãos de David Whitmer e permaneceu nos arquivos da Comunidade de Cristo (antiga Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) em Independence, Missouri.

A descrição dos caracteres exibidos por Martin Harris a Mitchill e Anthon provém de várias fontes (embora, infelizmente, nenhuma seja do próprio Mitchill).5 Em seu relato de 1838, Joseph Smith citou a Harris, citando Anthon ao determinar que os caracteres eram "egípcios, caldaicos, assírios e árabes" (JSH 1:64).6 Em uma carta a Eber D. Howe, datada de 15 de janeiro de 1831, W. W. Phelps menciona a descrição de Anthon dos caracteres como um "egípcio antigo abreviado".7

Citação da descrição de Charles Anthon do documento dos caracteres de Joseph Smith Papers Citação da descrição de Charles Anthon do documento de caracteres no Joseph Smith Papers

O próprio Anthon deixou três registros da visita de Harris. No primeiro registro publicado em 1834, Anthon descreve o que viu como "letras gregas e hebraicas, cruzes e ornamentos, letras romanas invertidas ou posicionadas lateralmente [...] dispostas em colunas perpendiculares e todas terminando em um delineamento ruim de um círculo dividido em vários compartimentos, adornado com várias marcas estranhas e evidentemente copiado [do] calendário mexicano".8

Alguns anos mais tarde, em 1841, ele lembrou que "Os caracteres foram dispostos em colunas, como no modo de escrita chinesa, e apresentavam a combinação mais singular que já contemplei. Letras gregas, hebraicas e de todos os tipos, mais ou menos distorcidas, seja por imperícia ou por real intenção, misturavam-se com diversos contornos de meias-luas, estrelas e outros objetos naturais, e o conjunto terminava em uma representação rudimentar do zodíaco mexicano.''9 Um relato final deixado por Anthon em 1844 mencionava de forma semelhante o documento que lhe foi mostrado "contendo, em uma ou duas colunas paralelas, imitações grosseiras de caracteres hebraicos e gregos, juntamente com vários delineamentos de sol, lua, estrelas, etc."10

Como "a descrição de Anthon varia significativamente do fragmento de caracteres sobrevivente", é difícil reconstruir o que foi exatamente representado no documento original preparado por Joseph Smith.11 Por exemplo, Anthon falou sobre a escrita observada por ele organizada em colunas, enquanto o documento "Caracteres" apresenta uma organização em linhas. Da mesma forma, Anthon mencionou observar um "zodíaco mexicano" no texto que examinado por ele, algo ausente do documento "Caracteres". Portanto, não é possível especificar exatamente quais caracteres foram originalmente preparados por Joseph e examinados por Anthon.12

Além do documento ''Caracteres'', ''outros documentos com caracteres do Livro de Mórmon também circularam'' nos primeiros anos da Igreja.13 Isso inclui cópias de caracteres criados e divulgados em um jornal afiliado à Igreja em Nova York e por figuras dos primeiros Santos dos Últimos Dias, como Oliver Cowdery e Frederick G. Williams14 No entanto, dos ''documentos existentes relatados contendo caracteres das Placas de Ouro, nenhum realmente se encaixa na descrição do documento levado a Anthon'', incluindo os textos preparados por Cowdery e Williams.15 Isso dificulta saber quão precisamente os caracteres divulgados por essas fontes posteriores preservaram os originalmente preparados por Joseph Smith.

Os pesquisadores têm debatido se os caracteres do documento "Caracteres" sobrevivente são autênticos. Embora os críticos de Joseph Smith, a começar pelo próprio Anthon, tenham rejeitado em grande parte os caracteres como inventados ou copiados de fontes disponíveis a Joseph, os estudiosos Santos dos Últimos Dias argumentam que eles se assemelham a antigos escritos egípcios, assim como a escritos da antiga Mesoamérica.16 Alguns egiptólogos não membros da Igreja também se manifestaram, com alguns negando qualquer similaridade ao egípcio antigo,17 e outros que afirmaram o mesmo.18 Até o momento, não se chegou a um consenso sobre a escrita (antiga ou moderna) com a qual os caracteres da transcrição de Anthon mais se assemelham ou com a qual devem ser comparados.19

Essa falta de consenso não impediu que algumas pessoas tentassem traduzir a Transcrição de Anthon por conta própria.20 Embora as tentativas de traduzir a transcrição de Anthon possam fornecer perspectivas ou pontos interessantes a serem considerados, nenhuma tradução do texto teve ampla aceitação entre os estudiosos Santos dos Últimos Dias ou líderes da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Portanto, qualquer suposta tradução da transcrição de Anthon deve ser abordada com muito cuidado.21

O porquê

Fotografia da réplica das placas de ouro, por Laci Gibbs Fotografia da réplica das placas de ouro por Laci Gibbs

Muitas perguntas ainda persistem sobre a Transcrição de Anthon. Devido aos relatos conflitantes deixados por Charles Anthon e Martin Harris,22 a ausência da transcrição acadêmica amplamente aceita dos caracteres, e o fato de que os documentos sobreviventes são agora cópias (ou mesmo cópias de cópias) de um presumível original perdido, aqueles que estudam o Livro de Mórmon e a história dos primeiros Santos dos Últimos Dias devem ser cautelosos em como avaliam as evidências sobreviventes.

Se os pesquisadores modernos atuais não são capazes de concordar uns com os outros sobre o tipo de escrita que o documento "Caractors" contém ou sobre como traduzir o texto, como Morôni previu que seria o caso (Mórmon 9:32-34), então, parece improvável que Anthon — com o conhecimento limitado do egípcio disponível a ele no início do século XIX — teria se saído melhor, além da possibilidade de oferecer observações gerais sobre os caracteres (como sua semelhança a outras escritas antigas).

Isso se aplica ainda mais a Joseph Smith. Sozinho, com a educação limitada que recebera, Joseph não teria sido capaz de traduzir o registro sem a ajuda divina.23 Embora o Profeta possa ter inicialmente procurado a ajuda de estudiosos para dar sentido aos caracteres das placas, o resultado da reunião de Harris com Anthon deixou claro que o próprio Joseph teria que ser responsável pela tradução. As circunstâncias que envolveram a criação da Transcrição de Anthon, portanto, oferecem uma visão do processo por trás da tradução do Livro de Mórmon.24

Quando persistem incertezas como essa em torno da transcrição de Anthon, os leitores podem ter a oportunidade de aplicar com fé o conselho dado pelo Senhor em Doutrina e Convênios de ''estudá-lo bem em tua mente'' (D&C 9:8) e de ''procura[r] conhecimento, sim, pelo estudo e também pela fé'' (D&C 88:118). Descobertas futuras ou uma análise acadêmica mais profunda das evidências disponíveis podem um dia resolver o mistério da transcrição de Anthon. Até lá, o mesmo Livro de Mórmon estará disponível para ser lido por qualquer um e para adquirirem um testemunho dele pelo poder do Espírito Santo (Moroni 10:4–5).

Este KnoWhy foi possível graças à generosa contribuição do Stephanie Sorensen Charitable Fund.

Leitura Complementar

Michael Hubbard MacKay, "'Git Them Translated': Translating the Characters on the Gold Plates", em Approaching Antiquity: Joseph Smith and the Ancient World, ed. Lincoln H. Blumell, Matthew J. Grey e Andrew H. Hedges (Salt Lake City and Provo, UT: Deseret Book and Religious Studies Center, Brigham Young University, 2015), pp. 83–116. Michael Hubbard MacKay, Gerrit J. Dirkmaat e Robin Scott Jensen, ''The 'Caractors' Document: New Light on an Early Transcription of the Book of Mormon Characters,'' Mormon Historical Studies 14, no. 1 (2013): pp. 131–152. David E. Sloan, "The Anthon Transcripts and the Translation of the Book of Mormon: Studying It Out in the Mind of Joseph Smith", Journal of Book of Mormon Studies 5, no. 2 (1996): pp. 57–81. FARMS Staff, "Martin Harris 's Visit with Charles Anthon: Collected Documents on the Anthon Transcript and ‘Shorthand Egyptian’", FARMS Preliminary Report (1990). Stanley B. Kimball, "The Anthon Transcript: People, Primary Sources, and Problems", BYU Studies 10, no. 3 (1970): pp. 325–352.

1. Ver Michael Hubbard MacKay et al., eds., The Joseph Smith Papers, Documents, Volume 1: July 1828–June 1831 (Salt Lake City, UT: Church Historian’s Press, 2013), 357–361, en línea en https://www.josephsmithpapers.org/paper-summary/appendix-2-document-1-characters-copied-by-john-whitmer-circa-1829-1831/1; Michael Hubbard MacKay, Gerrit J. Dirkmaat y Robin Scott Jensen, "The ‘Caractors’ Document: New Light on an Early Transcription of the Book of Mormon Characters", Mormon Historical Studies 14, no. 1 (2013): pp. 131–52. 2. MacKay et al., The Joseph Smith Papers, Documents, Volume 1, 357; "Whitmer, John", disponível em www.josephsmithpapers.org. 3. Ver o resumo recente desse período em Susan Easton Black and Larry C. Porter, Martin Harris: Uncompromising Witness of the Book of Mormon'' (Provo, UT: BYU Studies, 2018), p. 87–101; Central do Livro de Mórmon, ''Por que Martin Harris consultou estudiosos como Charles Anthon?'' KnoWhy 514. 4. MacKay et al., The Joseph Smith Papers, Documents, Volume 1, pp. 358–359; MacKay, Dirkmaat e Jensen, "The 'Caractors' Document", pp. 134–135. No início dos anos 80, um falsificador chamado Mark Hofmann fabricou o que ele alegou ser um documento original preparado por Joseph Smith e mostrado a Anthon. Essa falsificação não deve ser confundida com o documento "Caracteres" autêntico" Ver Richard E. Turley, Jr., Victims: The LDS Church and the Mark Hofmann Case (Urbana and Chicago, IL: University of Illinois Press, 1992), pp. 24–39. 5. Essas fontes foram coletadas e discutidas em Larry E. Morris, ed. A Documentary History of the Book of Mormon (New York, NY: Oxford University Press, 2019), pp. 224–249. 6. Ver também "History, 1838–1856, volume A-1 [23 December 1805–30 August 1834]", p. 9, disponível em https://www.josephsmithpapers.org/paper-summary/history-1838-1856-volume-a-1-23 December 1805-30 August 1834/11. 7. William W. Phelps to E. D. Howe, January 15, 1831, in E. D. Howe, Mormonism Unvailed (Painesville, OH: E. D. Howe, 1834), p. 273; reprinted in Morris, A Documentary History of the Book of Mormon, p. 240. Ver mais em Bruce A. Van Orden, We’ll Sing and We’ll Shout: The Life and Times of W. W. Phelps (Provo and Salt Lake City, UT: Religious Studies Center and Deseret Book, 2018), pp. 33–34. 8. Charles Anthon to E. D. Howe, 17 February 1834, in Howe, Mormonism Unvailed, pp. 270–272; reprinted in Morris, A Documentary History of the Book of Mormon, p. 231. 9. Charles Anthon to Thomas Winthrop Coit, 3 April 1841, in Church Record 1 (17 April 1841); reimpresso em Morris, A Documentary History of the Book of Mormon, p. 232. 10. Charles Anthon to William E. Vibbert, 12 August 1844, in "A Fact in the Mormon Imposture", New York Observer 23, no. 69 (3 de maio de 1845); reimpresso em Morris, A Documentary History of the Book of Mormon, p. 235. 11. Dan Vogel, Early Mormon Documents (Salt Lake City, UT: Signature Books, 2002), p. 4:380n8. 12. Uma reconstrução preliminar pode ser vista em Stanley B. Kimball, "The Anthon Transcript: People, Primary Sources, and Problems", BYU Studies 10, no. 3 (1970): pp. 325–352. Tentativas mais recentes incluem Richard E. Bennett, ''Martin Harris 's 1828 Visit to Luther Bradish, Charles Anthon, and Samuel Mitchill,'' in The Coming Forth of the Book of Mormon: A Marvelous Work and a Wonder, ed. Dennis L. Largey et al. (Salt Lake City e Provo, UT: Deseret Book and Religious Studies Center, Brigham Young University, 2015), pp. 103–115; Michael Hubbard MacKay, '''Git Them Translated': Translating the Characters on the Gold Plates,'' in Approaching Antiquity: Joseph Smith and the Ancient World, ed. Lincoln H. Blumell, Matthew J. Grey e Andrew H. Hedges (Salt Lake City and Provo, UT: Deseret Book and Religious Studies Center, Brigham Young University, 2015), pp. 83–116.13. MacKay, Dirkmaat and Jensen, "The 'Caractors' Document", p. 136. 14. MacKay, Dirkmaat y Jensen, "The 'Caractors' Document", pp. 134–138; MacKay et al., The Joseph Smith Papers, Documents, Volume 1, pp. 361–367. Os textos individuais podem ser visualizados disponível no Appendix 2, Document 2a. Characters Copied by Oliver Cowdery, circa 1835–1836, Appendix 2, Document 2b. Writings and Characters Copied by Frederick G. Williams, circa Early to Mid-1830s, e Appendix 2, Document 3. Stick of Joseph, 1844, disponível em www.josephsmithpapers.org. 15. MacKay, Dirkmaat y Jensen, "The 'Caractors Document", pp. 136–137. 16. Ver Ariel L. Crowley, "The Anthon Transcript", Improvement Era (January 1942): pp. 15, 58–60; (February 1942): pp. 76–80, 124–125; (March 1942): pp. 149–151, 182–183; (September 1944): pp. 542–543, 576-583; About the Book of Mormon (Idaho City, ID: Deseret News Press, 1961), pp. 12–55; Carl H. Jones, "The 'Anthon Transcript' and Two Mesoamerican Cylinder Seals", Newsletter and Proceedings of the Society for Early Historical Archaeology 122 (September 1970): pp. 1–8; FARMS Staff, "Martin Harris 's Visit with Charles Anthon: Collected Documents on the Anthon Transcript and  ' Shorthand 'Egyptian", Preliminary FARMS (1990); John L. Sorenson, Mormon: Ancient Salt City, Desvoer Book, UT, 2013. 17. Alan H. Gardiner para Paul M. Hanson, 8 de junho de 1956, e John A. Wilson para Paul M. Hanson, 7 de junho de 1956, publicado em Paul M. Hanson, "The Transcript from the Plates of the Book of Mormon", Saints Herald 103 (12 de novembro de 1956): 1098. 18. William C. Hayes to Paul M. Hanson, 8 June 1956, published in Hanson, "The Transcript from the Plates of the Book of Mormon", 1098 (cf. Stanley B. Kimball a John W. Welch, 1 de novembro de 1994); Richard Parker a Marvin W. Cowan, 22 de março de 1966; Richard Bushman a Marvin S. Hill, 30 de março de 1985, citado em FARMS Staff, "Martin Harris 's Visit with Charles Anthon", 7n27. 19. O egiptólogo Santo dos Últimos Dias, John Gee, resumiu a dificuldade de simplesmente comparar a transcrição de Anthon com escritos antigos conhecidos quando escreveu que "a transcrição de Anthon não é considerada hierática ou maia, mas não esperamos que seja. Alguns dos sinais individuais podem fazer sentido como demótico do período romano, mas não há razão para esperar que a escrita dos nefitas se desenvolva da mesma maneira que o demótico egípcio do outro lado do oceano''. John Gee, "The Hagiography of Doubting Thomas", FARMS Review of Books 10, no. 2 (1998): p. 72. 20. Ver, por exemplo, Stan e Polly Johnson, Translating the Anthon Transcript (Parowan, Utah: Ivory Books, 1999); Jerry D. Grover, Jr., Translation of the "Caractors" Document (n.p.: 2015). 21. Um dos principais obstáculos enfrentados por aqueles que tentam traduzir a transcrição de Anthon — o corpo não é grande o suficiente para torná-lo fácil de decifrar. Claro, o mesmo também é verdade para os escritos do disco de Festo e amostras de escritos istmianos ou mixtecas. Ainda há algum debate sobre se os especialistas decifraram alguns dos caracteres com o corpo ligeiramente longo, como Linear A e Indus. Os escritos que agora foram resolvidos — como os hieróglifos hitita, maia, cuneiforme, egípcio, hierático, demótico e ugarítico — todos apresentam grandes corpos de texto. Não me lembro de um simples exemplo de alguém que pode decifrar uma língua desconhecida escrita com caracteres indecifráveis confirmados em um documento simples, pequeno e monolíngue. John Gee, "Some Notes on the Anthon Transcript", FARMS Review of Books 12, no. 1 (2000): p. 8. 22. Ver análise em Richard L. Bushman, Joseph Smith and the Beginnings of Mormonism (Urbana e Chicago, IL: University of Illinois Press, 1984), pp. 86–89. 23. Consulte o artigo da Central do Livro de Mórmon, ''Por que o Livro de Mórmon surgiu como um milagre?'' KnoWhy 273 (19 de dezembro de 2017). 24. David E. Sloan, "The Anthon Transcripts and the Translation of the Book of Mormon: Studying It Out in the Mind of Joseph Smith", Journal of Book of Mormon Studies 5, no. 2 (1996): pp. 57–81.

Transcrição Anthon
Documento de caracteres
Harris, Martin
Livro de Mórmon

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