KnoWhy #497 | Fevereiro 6, 2019
Onde é a Terra da Promissão?
Postagem contribuída por
Scripture Central

"Não obstante nossas aflições, recebemos uma Terra da Promissão, uma terra escolhida acima de todas as outras; uma terra que, segundo o convênio que o Senhor fez comigo, será uma terra para a herança de minha posteridade." 2 Néfi 1:5
O conhecimento
Um dos primeiros convênios com promessa que o Senhor fez a Leí e à sua posteridade logo após chegar ao Hemisfério Ocidental foi: ''Se a tua semente guardar os meus mandamentos, prosperará na terra da promissão'' (1 Néfi 4:14).cf. 1 Néfi 2:20). Esta declaração e promessa é repetida em todo o Livro de Mórmon — que Leí e seus descendentes herdariam uma ''Terra da Promissão'' no Novo Mundo. Esse convênio está relacionado ao convênio do Senhor com esse remanescente da casa de Israel e era fundamental para a visão nefita de sua terra e história (2 Néfi 1).1
O Livro de Mórmon descreve a identidade e a importância dessa ''Terra da Promissão'' de várias maneiras. Esta inclui:
DESCRIÇÃO | Referência |
---|---|
''Uma terra que [o Senhor] prepar[ou] | 1 Néfi 2:20 |
''uma terra escolhida acima de todas as outras'' | 2 Néfi 1:5 |
"preciosa" | 2 Néfi 1:10 |
"uma terra de tua herança" | 2 Néfi 10:10 |
"uma terra de liberdade" | 2 Néfi 10:11 |
"preservara" | Éter 2:7 |
Os profetas Éter e Morôni profetizaram que uma ''Nova Jerusalém'' seria construída na Terra da Promissão (Éter 13:3-6; cf. 3 Néfi 21:23–24). No entanto, esses profetas deixaram claro que a Nova Jerusalém só poderia ser construída sobre os princípios da justiça e, por guardar os mandamentos do Senhor, aqueles que viveriam na Terra da Promissão receberiam as bênçãos do convênio. Caso contrário, ''sobre eles recairão os julgamentos daquele que é justo […] e tirar-lhes-á as terras de sua posse'' e ''seriam varridos quando sobre eles caísse a plenitude de sua ira'' (2 Néfi 1:10-11; Éter 2:8).
Como o Livro de Mórmon não menciona onde especificamente a ''Terra da Promissão'' estaria localizada no Novo Mundo, sua posição ou extensão, os leitores interessados no livro tentam responder a essas dúvidas. Historicamente, os líderes dos Santos dos Últimos Dias entenderam que a Terra da Promissão dada a Leí e seus descendentes abrangeria o espaço da América do Norte e do Sul. Por exemplo, o Élder Orson Pratt, escrevendo em 1840, ensinou que ''o Senhor deu a [semente de Leí] todo o continente, como uma terra prometida e Ele prometeu que eles e seus filhos depois deles, herdariam, sob a condição de sua obediência aos Seus mandamentos''.2 O Élder B. H. Roberts declarou similarmente: ''O Livro de Mórmon ensina que os dois continentes americanos [América do Norte e do Sul] são a Terra da Promissão, consagrada aos justos e à liberdade e especialmente dedicada à semente do patriarca biblicamente renomado José, filho de Jacó, e à raça dos gentios, que nos últimos dias serão reunidos na terra, bem como aos descendentes de José.''3 Em 1968, o Presidente Alvin R. Dyer também ensinou: ''A América, ou o continente americano, é a Terra da Promissão e escolhida, escolhida acima de todas as outras''.4

Sião está relacionada ao conceito da Terra Prometida e da Nova Jerusalém. A revelação moderna identifica o Condado de Jackson, Missouri, como a terra ''que [o Senhor] design[ou] e consagr[ou] para a reunião dos santos'' como ''terra da promissão e o local para a cidade de Sião'' (D&C 57:1-2). Embora esse uso da terra de Sião se refira a um local específico (Sião é identificada com a antiga cidade de Jerusalém, na Bíblia Hebraica), o conceito mais amplo de Sião pode assumir vários significados, dependendo do contexto.5
De fato, o Profeta Joseph Smith declarou certa vez que ''do norte ao sul da América é Sião. O monte da casa do Senhor está no centro da América do Norte e do Sul''.6 Ele também ensinou que, embora Sião ''consista em todo o norte e sul da América'', também inclui ''qualquer lugar onde os santos se reúnem''.7 Portanto, ele incluiu nas 13 Regras de Fé: ''Cremos na coligação literal de Israel e na restauração das Dez Tribos; que Sião (a Nova Jerusalém) será construída no continente americano; que Cristo reinará pessoalmente na Terra" (Regra de Fé 10). Esse entendimento foi amplamente compartilhado por profetas, incluindo Brigham Young,8 Wilford Woodruff,9 Heber J. Grant,10 David O. McKay,11 Spencer W. Kimball,12 e Ezra Taft Benson.13
O porquê
Seja qual for a localização da "Terra da Promissão" de Leí no hemisfério ocidental, esse convênio, promessa de refúgio e herança, dependiam de condições de retidão e fidelidade aos mandamentos do Senhor (Éter 2:8).14 Como foi o caso do convênio de Jeová com o Pai Abraão, os convênios do Senhor com o Pai Leí também dependiam da fidelidade. Assim, todos podem ter certeza de que o mais importante em relação a qualquer "Terra Prometida" é estar ciente de que a plenitude das bênçãos do Senhor advém de cumprir com diligência os convênios sagrados.
Este ponto foi enfatizado pelo Presidente Russell M. Nelson. ''A escolha de vir a Cristo não é uma questão de localização física'', ele ensinou, ''mas de compromisso individual''.
As pessoas podem ser ''levadas ao conhecimento do Senhor'' sem saírem de sua terra natal. É verdade que, nos primeiros dias da Igreja, a conversão frequentemente significava também emigração. Mas agora, a coligação está acontecendo em cada país. O Senhor decretou que o estabelecimento de Sião ocorra em cada local em que Ele concedeu aos Seus santos o seu nascimento e nacionalidade. As escrituras predizem que as pessoas ''[seriam] coligadas nas terras de sua herança e estabelecidas em todas as suas terras de promissão''. Cada nação é o local de coligação de seu próprio povo. O local de coligação dos santos brasileiros é no Brasil; o local de coligação dos santos nigerianos é na Nigéria; o local de coligação dos santos coreanos é na Coreia, e assim por diante. Sião é o ''puro de coração''. Sião é qualquer lugar onde existam santos justos. Existem hoje publicações, comunicações e congregações para que praticamente todos os membros tenham acesso às doutrinas, chaves, ordenanças e bênçãos do evangelho, onde quer que morem.
O Presidente Nelson concluiu: ''A segurança espiritual sempre dependerá de como vivemos, e não de onde vivemos. Os santos de todos os países têm igual direito às bênçãos do Senhor''.15 Portanto, embora o Livro de Mórmon ensine que o que hoje é chamado de continente americano era a "Terra da Promissão" para a semente de Leí, e que os acontecimentos posteriores nessa terra prometida desempenhariam um papel central na Restauração do Evangelho, os ideais e as bênçãos de Sião são universais e se aplicam a homens e mulheres de todas as terras ou países que fazem o convênio de servir ao Senhor e fazer Sua vontade. Isso inclui lembrar do Senhor e Sua bondade, respeitar a terra e toda a Sua criação, manter as coisas santas puras e protegidas, obedecer a todos os Seus mandamentos, amá-Lo de todo o coração, alma, mente e força (Deuteronômio 6:5) e amar o próximo como a nós mesmos (Levítico 19:18).
Individualmente, foi prometido a cada membro do convênio do Senhor uma ''Terra da Promissão'' pessoal. O Élder L. Whitney Clayton afirmou que essa terra pessoal "normalmente não é um lugar", mas um modo de ser que se encontra "na maneira como vivemos cada dia, enfrentamos cada desafio e seguimos em frente com fé". Apesar de, às vezes, ficarmos desanimados com as provações pessoais ou com a oposição do mundo, "a Terra da Promissão, sua terra prometida, realmente está lá. Se seguirem a admoestação do Senhor, vocês realmente habitarão essa rica terra e colherão suas bênçãos".16
Leitura Complementar
W. D. Davies, "Israel, the Mormons and the Land", em Reflections on Mormonism: Judaeo-Christian Parallels, ed. Truman G. Madsen (Provo, UT: Religious Studies Center, Brigham Young University, 1978), pp. 79–97. Philip M. Flammer, "A Land of Promise Choice above All Other Lands", em First Nephi, The Doctrinal Foundation, Book of Mormon Symposium Series, Volume 2, ed. Monte S. Nyman e Charles D. Tate Jr. (Provo, UT: Religious Studies Center, Brigham Young University, 1988), pp. 217–229. Alan K. Parrish, "Lehi and the Covenant of the Promised Land: A Modern Appraisal", en Second Nephi, The Doctrinal Structure, Book of Mormon Symposium Series, Volume 3, ed. Monte S. Nyman e Charles D. Tate Jr. (Provo, UT: Religious Studies Center, Brigham Young University, 1989), pp. 39–59. Douglas Brinley, "The Promised Land and Its Covenant Peoples", em The Book of Mormon: Helaman Through 3 Nephi 8, According To Thy Word, Book of Mormon Symposium Series, Volume 7, ed. Monte S. Nyman e Charles D. Tate, Jr. (Provo, Utah: Religious Studies Center, Brigham Young University, 1992) pp. 39–64. Steven L. Olsen, "Prospering in the Land of Promise", FARMS Review 22, no. 1 (2010): pp. 229–232.1. Ver abaixo, Steven L. Olsen, "Prospering in the Land of Promise", FARMS Review 22, no. 1 (2010): pp. 229–45; "The Covenant of the Promised Land: Territorial Symbolism in the Book of Mormon", FARMS Review 22, no. 2 (2010): pp. 137–154. 2. Orson Pratt, A[n] Interesting Account of Several Remarkable Visions (Edinburgh, Scotland: Ballantyne and Hughes, 1840): 17, disponível em josephsmithpapers.org. Elder Pratt, na mesma publicação (pp. 16, 21), entendeu que o Livro de Mórmon descreve a colônia de Leí desembarcando na América do Sul e que séculos mais tarde "os lamanitas [...] habitaram na América do Sul e os nefitas na América do Norte", deixando claro que Pratt tem em mente o hemisfério da geografia do Novo Mundo em seus comentários. Isso faz sentido com base na forma como o inglês contemporâneo do século XIX definiu o conceito de ''continente americano''. Ver "America", em American Dictionary of the English Language, disponível em webstersdictionary1828.com. 3. B. H. Roberts, Defense of the Faith and the Saints, 2 v. (Salt Lake City, UT: Deseret News, 1907), 1:p. 403. 4. Alvin R. Dyer, Conference Report, outubro de 1968, p. 110. 5. Isso inclui: O convênio do Senhor com Seu povo (D&C 97:21, Moisés 7:18); a cidade de Enoque (D&C 38:4; Moisés 7:18–69); a Jerusalém do velho mundo (2 Samuel 5:6–7; 1 Reis 8:1); a Nova Jerusalém no Condado de Jackson (D&C 84:1–4); toda a América do Norte e do Sul (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, 362, D&C 133); a morada de seres exaltados (Hebreus 12:22-24). Ver Bruce R. McConkie, Mormon Doctrine, 2ª ed. (Salt Lake City, UT: Bookcraft, 1966), pp. 854–855. 6. "Discourse, April 8, 1844, as reported by Wilford Woodruff", p. 241, standardized grammar, disponível em josephsmithpapers.org. 7. "Discourse, circa 19 July 1840, as Reported by Unknown Scribe-A",p. 1, gramática padronizada, disponível em josephsmithpapers.org. 8. Brigham Young, 15 de agosto de 1852, Journal of Discourses, p.6: p. 296. 9. Wilford Woodruff, 16 de setembro de 1877, Journal of Discourses 19: p. 223. 10. Heber J. Grant, Conference Report, outubro de 1937, pp. 97–98. 11. David O. McKay, Conference Report, April 1943, p. 17. 12. Spencer W. Kimball, "'Why Call Me Lord, Lord, and Do Not the Things Which I Say?'", Conferência Geral, abril de 1975, disponível em lds.org. 13. Ezra Taft Benson, Conference Report, outubro de 1944, p. 128. 14.Ver abaixo Douglas Brinley, "The Promised Land and Its Covenant Peoples", em The Book of Mormon: Helaman Through 3 Nephi 8, According To Thy Word, Book of Mormon Symposium Series, Volume 7, ed. Monte S. Nyman e Charles D. Tate, Jr. (Provo, Utah: Religious Studies Center, Brigham Young University, 1992) pp. 39–64.
15. Russell M. Nelson, ''A Coligação da Israel Dispersa'', Ensign, Novembro 2006, ênfase no original, disponível em lds.org. 16. L. Whitney Clayton, ''The Promised Land'' BYU Commencement Speech, 12 de agosto de 2010, disponível em speeches.byu.edu.