KnoWhy #660 | Março 3, 2023

O que a parábola do trigo e do joio ensina sobre a apostasia?

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Central das Escrituras

"Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo; Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se." Mateus 13:24-25

O conhecimento

Quando Jesus ensinava seus discípulos, ele frequentemente usava parábolas para transmitir várias verdades sobre o Reino dos Céus. Em uma dessas parábolas, Jesus usou a imagem do trigo e do joio para demonstrar o futuro da Igreja até a Segunda Vinda. Um homem, que pode ser interpretado como uma representação do próprio Cristo, "semeia boa semente no seu campo;", e então "dormindo os homens", "veio [Satanás] [...] e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se" (Mateus 13:24-25).

Embora o joio fosse uma praga para a colheita, o semeador ordenou a seus servos: "Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas o trigo ajuntai-o no meu celeiro" (Mateus 13:30). Por mais estranho que pareça, esse procedimento prescrito foi de fato benéfico, pois garantiu que o trigo imaturo não fosse perturbado ou destruído antes de estar pronto para a colheita.

De acordo com John W. Welch e Jeannie S. Welch, esta significativa parábola revela as verdades básicas da grande apostasia e as maravilhosas bênçãos do plano da Restauração e Salvação Eterna do Pai. Este ensinamento gráfico de Jesus revela que "problemas surgiriam logo após Jesus ter iniciado Sua Igreja" enquanto os humanos não prestassem atenção suficiente e que esses problemas se espalhariam.1 Em particular, a parábola parece abordar "os desafios apresentados pela apostasia na Igreja cristã primitiva, suas comunidades e suas famílias".2 Ao mesmo tempo, está claro que Jesus antecipou profeticamente estes desafios e ofereceu encorajamento a Seu público para que reconhecessem o joio pelo que realmente era.3

A natureza profética desta parábola é particularmente evidente à luz da revelação moderna. Em uma revelação dada a Joseph Smith em 1832, aprendemos que "o campo era o mundo; e os apóstolos eram os semeadores das sementes; E depois de terem adormecido, a grande perseguidora da igreja, a apóstata, a prostituta, sim, Babilônia, que faz com que todas as nações bebam de seu cálice, em cujos corações o inimigo, sim, Satanás, assenta-se para reinar — eis que ele semeia o joio; portanto, o joio sufoca o trigo e impele a igreja para o deserto"( D&C 86:2-3).

Esse joio — um tipo de erva daninha que em seus estágios iniciais de crescimento se assemelha enganosamente ao trigo — pode ser interpretado como "falsos profetas, falsas doutrinas ou alternativas que competem contra o evangelho" destinadas a confundir e enganar o mundo.4 Muitos desses falsos ensinamentos podem ser tão cuidadosamente planejados a ponto de ser difícil, inicialmente, distingui-los das verdadeiras doutrinas, pelo menos até que a natureza maligna de seus frutos se manifeste na época da colheita.

Alguns desses joios — os enganos de Satanás — também são um meio de "sufocar o trigo e impelir a Igreja para o deserto" foram revelados por meio do Livro de Mórmon e outras revelações dadas a Joseph Smith. No Livro de Mórmon, Néfi viu os três passos para a Apostasia.

Primeiramente, as pessoas tirariam "do Evangelho do Cordeiro muitas partes que são claras e sumamente preciosas" (1 Néfi 13:26; itálico adicionado). De acordo com os Welchs: "Isso pode ter ocorrido alterando o significado ou a compreensão dos conceitos ensinados pelo Senhor."5 À medida que termos ou conceitos-chave foram redefinidos, verdades importantes foram perdidas e tornou-se mais difícil viver plenamente o Evangelho.

Em segundo lugar, o anjo que guiava a Néfi disse a ele que o povo tiraria "muitos convênios do Senhor" (1 Néfi 13:26; itálico adicionado). Além da perda das verdades sobre esses convênios, Néfi indica que algumas pessoas mudariam intencionalmente ou eliminariam completamente esses convênios a fim de "perverterem os caminhos retos do Senhor, a fim de cegarem os olhos e endurecerem o coração dos filhos dos homens" (1 Néfi 13:27).

E terceiro, Néfi viu que "foram suprimidas muitas coisas claras e preciosas do Livro que é o livro do Cordeiro de Deus" (1 Néfi 13:28; itálico adicionado). A corrupção das Escrituras "poderia ter ocorrido pela perda física das palavras ou como consequência da não compreensão dos textos que ainda existiam".6 Independentemente disso, o resultado foi o mesmo: sem a luz orientadora dos profetas e a revelação contínua, logo se tornou impossível encontrar a verdade pura do Evangelho de Jesus Cristo.7

Outro tipo de joio foi revelado pelo Senhor em 1831: ''Meus discípulos, nos dias antigos, meus discípulos procuraram pretextos uns contra os outros e em seu coração não se perdoaram; e por esse mal foram afligidos e severamente repreendidos.'' Por causa disso, o Senhor ordenou à Igreja restaurada: "[...] deveis perdoar uns aos outros; pois aquele que não perdoa a seu irmão suas ofensas está em condenação diante do Senhor; pois nele permanece o pecado maior. Eu, o Senhor, perdoarei a quem desejo perdoar, mas de vós é exigido que perdoeis a todos os homens." ( D&C 64:8-10).

Felizmente, embora as ervas daninhas da discórdia inicialmente tenham conseguido causar apostasia generalizada em questões de verdade e doutrina, esse não é o fim desta história. O Senhor, em Sua infinita sabedoria e misericórdia, restaurou a verdadeira Igreja de Cristo, trazendo-a de volta do deserto, por assim dizer. Por meio de servos escolhidos, Ele também restaurou os direitos essenciais do sacerdócio, as chaves e a autoridade, para quem "o sacerdócio continuou através da linhagem de vossos pais", para que os grãos inteiros de trigo ainda possam ser colhidos e preservados para sempre (ver D&C 86:8-11).

O porquê

A parábola do trigo e do joio termina com a estação em que o trigo é colhido e o joio é queimado: "e por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas o trigo ajuntai-o no meu celeiro" (Mateus 13:30).

O mundo terá tempo suficiente para se arrepender e se preparar para esse evento, e todos terão a oportunidade, nesta vida ou na próxima, de aceitar o Evangelho de Jesus Cristo e exercer fé Nele. Até lá, o joio continuará crescendo junto com o trigo. Os problemas continuarão a surgir, e as influências e enganos sedutores de Satanás serão vistos em toda parte.

No entanto, a parábola do trigo e do joio nos assegura que as pessoas fiéis, que distinguem entre o trigo e o joio, colherão o trigo e, por fim, Cristo virá em julgamento justo. Quando isso acontecer, removerá todos os efeitos de Satanás do mundo. "Seu julgamento estende várias de Suas virtudes, estendendo Seu infinito amor, sabedoria, justiça e misericórdia. Seu julgamento cumpre Seu determinado plano, Suas promessas do convênio e Sua obra e glória eternas''.8

Como explicou o Élder Neil L. Anderson: ''Esse será o mundo em que viveremos até o retorno do Salvador, com uma grande porção do bem e uma grande porção do mal em todos os lados. Talvez vocês às vezes não se sintam como uma espiga de trigo forte e madura. Sejam pacientes com vocês mesmos. O Senhor disse que o trigo teria ervas tenras brotando."9

Não importa quão forte seja nossa fé hoje ou quão desenvolvido seja nosso testemunho, nesta parábola Cristo convida todas as pessoas em todos os lugares a virem a Ele e serem salvas. Ele quer que todos nós escolhamos corretamente e estejamos prontos para Sua Segunda Vinda, para que possamos ser reunidos e preservados para a eternidade.

Leitura Complementar

John W. Welch e Jeanie S. Welch, The Parables of Jesus: Revealing the Plan of Salvation (American Fork, UT: Covenant Communications, 2019), pp. 60–67, pp. 148–151. Susan Easton Black, “Parable of the Wheat and the Tares – Insight Into D&C 86”, em Restoration Voices Volume 2: Insights and Stories of the Doctrine and Covenants (Springville, UT: Book of Mormon Central, 2021).

1. John W. Welch e Jeanie S. Welch, The Parables of Jesus: Revealing the Plan of Salvation (American Fork, UT: Covenant Communications, 2019), p. 61.2. Welch e Welch, Parables of Jesus, p. 62. 3. Welch e Welch, Parables of Jesus, p. 62. 4. Welch e Welch, Parables of Jesus, p. 61. 5. Welch e Welch, Parables of Jesus, p. 63. 6. Welch e Welch, Parables of Jesus, p. 63. 7. Consulte o artigo da Central do Livro de Mórmon, ''Quão preciosa é a doutrina perdida? (1 Nefi 13:26)'', KnoWhy 15 (18 de Janeiro de 2017).8. Welch e Welch, Parables of Jesus, p. 148. 9. Neil L. Anderson, “Aproximar-se do Salvador”, Conferência geral, outubro de 2022.

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