KnoWhy #372 | Agosto 21, 2019

Por que a alegria está associada ao trabalho do templo nas Escrituras?

Postagem contribuída por

 

Scripture Central

 " [...] ninguém pode calcular a extraordinária alegria que nos encheu a alma na ocasião em que o vimos [a Jesus] orar por nós ao Pai. E aconteceu que após haver terminado a sua oração ao Pai, Jesus se levantou; mas tão grande era o júbilo da multidão, que ficaram prostrados." 3 Néfi 17:17–18

O conhecimento

Os santos dos últimos dias têm sido ensinados há muito tempo que podem encontrar alegria em servir no templo. Élder Franklin D. Richards, do primeiro quórum dos Setenta, contou uma experiência em que testemunhou a grande alegria que uma funcionária do templo recebeu como resultado de seu serviço. Ela disse a ele: "Eu amo meu serviço no templo e sei que não posso ser feliz, muito feliz, longe disso. Isso me traz alegria e satisfação que não se encontram em nenhum outro lugar".1 Como esta mulher, muitos santos antigos falaram da alegria que experimentaram enquanto estavam dentro ou perto do templo. Por exemplo, o Salmo 16, que tem sido chamado de "a oração pela admissão ao templo", 2 declara que na "presença [de Deus] há fartura de alegrias" (Salmo 16:11; cf. 21:6).3 O rei Davi falou da alegria que sentiu ao simplesmente testemunhar a vontade de seu povo de ajudar a construir o templo de Deus (1 Crônicas 29:17; cf. Esdras 6:16). E o salmista exclamou: "Porque vale mais um dia nos teus átrios do que mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas dos ímpios". (Salmo 84:10). Em outras palavras, ele acreditava que qualquer tipo de serviço no templo, por mais humilde que fosse a posição, traria alegria e seria preferível a estar no mundo, entre os ímpios. Essa alegria encontrada no templo e em seus ensinamentos também é enfatizada nos registros da visita de Cristo às Américas no Livro de Mórmon. Em 3 Néfi 11, quando Jesus desceu do céu, Ele encontrou o povo no templo da terra Abundância (3 Néfi 11:1). Foi nas proximidades deste templo que Ele apresentou Seus ensinamentos e convênios sagrados ao povo.4 Em certo ponto durante Seu ministério, Jesus se ajoelhou e orou diante do povo. As testemunhas mencionam que "ninguém pode calcular a extraordinária alegria que nos encheu a alma na ocasião em que o vimos orar por nós ao Pai" (3 Néfi 17:17). Quando Jesus terminou de orar, o 'júbilo da multidão" era tão grande que "ficaram prostrados" (v. 18). De forma comovente, em resposta à sua alegria indescritível, Jesus declarou que Sua alegria era "completa" (v. 20). Mais tarde, Jesus citou Isaías 52 a respeito da coligação de Israel e da redenção de Sião, declarando que eles "rejubilar-se-ão" (3 Néfi 20:34). No final de Seus três dias de ministério, Jesus encerrou Seus ensinamentos expressando a grande alegria que Ele, o Pai e os anjos experimentaram por causa da fidelidade do povo:

E agora, eis que minha alegria é grande, até a plenitude, por causa de vós e também desta geração; sim, e até o Pai se alegra e também todos os santos anjos, por causa de vós e desta geração; porque nenhum deles está perdido [...] e neles minha alegria é completa. (3 Néfi 27:30–31)5

O porquê

Por que o templo, seus ensinamentos e o trabalho que é feito lá, estão fortemente associados ao sentimento de alegria? As Escrituras nos dão muitas razões, incluindo:

  • Simplesmente observar a beleza do templo pode trazer alegria. Como o salmista explicou: "Formosa elevação, e alegria de toda a terra é o monte Sião [...] Grande é o Senhor [...] na cidade do nosso Deus [...] no meio do teu templo" (Salmos 48:2, 1, 9).
  • O templo representa o jardim do Éden e o estado edênico do mundo, que Cristo iniciará na Sua segunda vinda, que será cheio de paz e alegria. Como Isaías profetizou: "Porque o Senhor consolará Sião; consolará todos os seus lugares desertos, e fará o seu deserto como o Éden, e a sua solidão, como o jardim do Senhor; regozijo e alegria se acharão nela [...]" (Isaías 51:3 e 11; cf. Jeremias 31:13).
  • O templo representa o céu ou o reino de Deus, um lugar onde os justos serão consolados e recompensados com alegria eterna. (3 Néfi 28:10; D&C 51:19).
  • O templo é um lugar onde podemos experimentar a alegria de nos humilharmos diante do Senhor. Depois que Amon "ficou tão enlevado na alegria de seu Deus, que se lhe exauriram as forças", aprendemos que o seu foi o tipo de "alegria que ninguém recebe, senão o verdadeiro penitente e o que humildemente busca a felicidade" (Alma 27:17-18).
  • O templo concentra nossas mentes na alegria que vem por causa de nossa redenção por meio de Jesus Cristo. (Alma 22:15; 36:20–21, 24–25; Moisés 7:53, 67; 5:10–11; D&C 138:15, 17).
  • No templo, podemos experimentar o amor puro que o Senhor tem por nós e por nossa família. Quando Leí comeu do fruto da árvore da vida (um símbolo do templo), ele declarou que "encheu-me a alma de imensa alegria; portanto, comecei a desejar que dele também comesse minha família; porque sabia que era mais desejável que qualquer outro fruto" (1 Néfi 8:12; cf. Salmos 5:11). Da mesma forma, o profeta Sofonias descreveu a alegria e o amor que Deus sente quando está conosco: "O Senhor teu Deus está em teu meio [...] ele se deleitará em ti com alegria; calar-se-á por seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo" (Sofonias 3:17). Jesus declarou a respeito daqueles que guardam suas palavras: "Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei neste meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; como eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor. Tenho-vos dito essas coisas, para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa" (João 15:9-11).
  • Ao adorarmos nos altares dos templos sagrados, podemos saber que o Senhor está satisfeito com nossos sacrifícios. Foi depois de oferecer sacrifícios de animais que Adão e Eva aprenderam sobre a "alegria de nossa redenção" (Moisés 5:11). Assim como o pregador exclamou: "Vai, pois, come com alegria o teu pão e bebe com coração contente o teu vinho, pois já Deus se agrada das tuas obras" (Eclesiastes 9:7; cf. Salmos 42:4; Neemias 12:43).
  • O Senhor visita a Sua casa santa, e a presença de Seu espírito habita ali. O salmista declarou que "na tua presença [Senhor] há fartura de alegrias" (Salmo 16:11). Os irmãos Néfi e Leí experimentaram "daquela alegria que é inexplicável" quando "o Santo Espírito de Deus desceu do céu e penetrou-lhes o coração" (Helamã 5:44-45). Jesus falou de entrar na presença de Deus como entrar "no gozo do teu senhor" (Mateus 25:21, 23). Outras escrituras também afirmam que as visitas do Senhor causam sentimentos de "grande alegria" (1 Néfi 19:11; cf. Jó 33:26).

Este último ponto é talvez uma das grandes razões pelas quais a alegria é encontrada no templo e no trabalho que é feito ali. Como o profeta Habacuque declarou: "o Senhor está no seu santo templo" (Habacuque 2:20). Quando entramos na presença do Senhor no templo, podemos receber "uma plenitude de alegria". Jesus explicou aos três discípulos nefitas por que esse era o caso. Ele prometeu que, por causa de seu desejo de fazer Sua obra, "vossa alegria será completa, assim como completa foi a alegria que me deu o Pai; e sereis como eu sou e eu sou como o Pai; e o Pai e eu somos um" (3 Néfi 28:10). Isso, Jesus confirmou, é uma alegria que "ninguém vô-la tirará" (João 16:22, 24). No templo, podemos nos unir ao nosso Salvador e Pai Celestial e experimentar essa alegria inefável e indescritível (1 Pedro 1:8; 4:13). Podemos ser cheios do Espírito Santo, que traz sentimentos de alegria ao nosso coração. No templo, podemos fazer o trabalho que é aceitável e agradável a Deus. Ali, podemos perceber que a alegria é nosso propósito e nosso destino. Afinal, como o profeta Leí, do Livro de Mórmon, declarou, homens e mulheres existem "para que tenham alegria" em escolher livremente a vida eterna "por meio do grande Mediador de todos" (2 Néfi 2:25, 27).

Leitura Complementar

John W. Welch, " Seeing Third Nephi as the Holy of Holies of the Book of Mormon", Journal of the Book of Mormon and Other Restoration Scripture 19, no. 1 (2010): pp. 36–55; também publicado em Third Nephi: An Incomparable Scripture, ed. Andrew C. Skinner e Gaye Strathearn (Salt Lake City e Provo, UT: Deseret Book e Neal A. Maxwell Institute for Religious Scholarship, 2012), pp. 1–33. John W. Welch, Illuminating the Sermon at the Temple and Sermon on the Mount (Provo, UT: FARMS, 1999). John A. Tvedtnes, "That They Might Have Joy", em The Most Correct Book: Insights from a Book of Mormon Scholar (Salt Lake City, UT: Cornerstone, 1999), pp. 120–123. Monte S. Nyman, "To Learn with Joy: Sacred Teaching, Great Revelation, Prophesying", em The Book of Mormon: Jacob Through Words of Mormon, To Learn With Joy, editado por Monte S. Nyman e Charles D. Tate, Jr. (Provo, UT: Centro de Estudos Religiosos da BYU, 1990), pp. 193–208.

1. Franklin D. Richards, "Happiness and Joy in Temple Work", Ensign, novembro de 1986, disponível em: lds.org. 2. Ver, por exemplo, The New Oxford Annotated Bible, College Edition (Oxford, UK: Oxford University Press, 2001), pp. 786–787. 3. A "presença" do Senhor foi experimentada em Seu santo templo (Salmo 11:4; 2 Crônicas 20:9), e o salmista comparou essa presença a um sentimento de alegria. 4. Ver o artigo da Central do Livro de Mórmon, "Por que Jesus proferiu uma versão do Sermão da Montanha no Templo de Abundância?(3 Néfi 12:6), KnoWhy 203 (12 de setembro de 2017); John W. Welch, Illuminating the Sermon at the Temple and the Sermon on the Mount (Provo, UT: FARMS, 1999), pp. 26–30; Welch, " Seeing Third Nephi as the Holy of Holies of the Book of Mormon", Journal of the Book of Mormon and Other Restoration Scripture 19, no. 1 (2010): pp. 36–55; também publicado em Third Nephi: An Incomparable Scripture, ed. Andrew C. Skinner e Gaye Strathearn (Salt Lake City y Provo, UT: Deseret Book e Neal A. Maxwell Institute for Religious Scholarship, 2012), pp. 1–33. 5. cf. João 3:29; João 15:11.