KnoWhy #238 | Outubro 31, 2017

Por que devemos dedicar um tempo para agradecer a Deus?

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Scripture Central

"E renderam graças a Deus; sim, todos os homens e todas as mulheres e todas as crianças que podiam falar levantaram as vozes em louvor a seu Deus" Mosias 24:22

O conhecimento

Não demora muito, ao ler o Livro de Mórmon, para encontrar seguidores de Cristo que expressaram sinceros agradecimentos a Deus. Por exemplo, ao chegar a um vale contendo água corrente1 após escapar de Jerusalém e caminhar no deserto por um tempo, a família de Leí deve ter ficado imensamente grata. Para demonstrar sua gratidão, eles "construí[ram] um altar de pedras e [fizeram] uma oferta ao Senhor e rende[ram] graças ao Senhor [seu] Deus" (1 Néfi 2:7).2 Este relato comovente é apenas a primeira de muitas demonstrações fiéis de gratidão a Deus, que se torna um tema importante em todo o Livro de Mórmon.

Os povos do Livro de Mórmon mostraram gratidão em uma variedade de contextos, mas na maioria das vezes após experimentar alguma forma de resgate divino. A família de Leí estava grata por terem escapado dos perigos de Jerusalém e terem sido levados para um lugar seguro e habitável, com comida e água fresca.3

Da mesma forma, quando o povo se reuniu para ouvir o discurso do rei Benjamim, ofereceu sacrifícios e holocaustos "para poderem dar graças ao Senhor seu Deus" (Mosias 2: 4).4 Por meio dessas ofertas, mostraram gratidão ao Senhor que, entre outras coisas, "os tirara da terra de Jerusalém e livrara-os das mãos de seus inimigos" (v. 4). O rei Benjamim então reafirmou a importância dessa doutrina em seu famoso sermão, explicando que, se ele, como rei mortal, merecia algum agradecimento de seu povo, então "oh! quanto deveis agradecer a vosso Rei celestial!" (v. 19).

Nas águas de Mórmon, Alma, o Pai, ensinou o povo a que "todos os dias rendessem graças ao Senhor seu Deus" (Mosias 18:23). Algum tempo depois, tendo sido liberto da opressiva escravidão causada por Amulon e pelos lamanitas, o povo de Alma reconheceu que "ninguém os poderia libertar, exceto o Senhor seu Deus" (Mosias 24:21). E por causa desse humilde reconhecimento, eles "renderam graças a Deus; sim, todos os homens e todas as mulheres e todas as crianças que podiam falar levantaram as vozes em louvor a seu Deus" (v. 22).

Quando as grandes destruições registradas em 3 Néfi finalmente cessaram, "seu pranto transformou-se em alegria e suas lamentações em louvores e graças ao Senhor Jesus Cristo, seu Redentor" (3 Néfi 10:10).5 Depois que Jesus chegou ao templo na terra de Abundância, ele afirmou a importância de dar graças mostrando gratidão a seu Pai em oração: "Pai, graças te dou por teres conferido o Espírito Santo" (3 Néfi 19:20) e "teres purificado aqueles a quem escolhi por causa de sua fé" (v. 28).6

Esses vários exemplos ajudam a demonstrar a profunda importância que o Livro de Mórmon atribui à gratidão. Suas histórias enfatizam repetidamente o poder do Senhor de abençoar o mundo e Seus filhos de muitas maneiras — libertando-os do sofrimento e da escravidão, dando-lhes encorajamento dia após dia e fornecendo-lhes um Redentor que os restaurará e lhes dará a vida eterna. Em seguida, o livro retrata o louvor sincero, adoração e ações de graças em resposta a essas maravilhosas bênçãos.

O porquê

O registro fiel de Mórmon enfatiza a mão do Senhor nas histórias de seu povo, bem como em suas respostas sacrificiais, adoração humilde e orações de agradecimento. Estudar cuidadosamente essas histórias, pode inspirar os leitores a reconhecer semelhantemente à influência do Senhor em suas próprias vidas e encontrar a causa de suas próprias expressões de gratidão sincera. Eles também reconhecerão as bênçãos da libertação de Deus de provações, problemas e tribulações.

O presidente Henry B. Eyring, por exemplo, ensinou: "A época em que vivemos terá provações muito difíceis, assim como aconteceu com o povo de Alma nas mãos do cruel Amulon, que colocou sob as costas do povo um fardo muito pesado de se carregar".7 Assim como o povo de Alma, os leitores nos últimos dias podem ter fé de que o Senhor os livrará de seus próprios fardos e provações, e até mesmo os auxiliará a serem "encorajados e […] fortalecidos" ao carregá-los.8 À medida que bênçãos semelhantes fluem em suas próprias vidas, eles podem seguir o exemplo do povo de Alma que coletivamente "levantaram as vozes em louvor a seu Deus" (Mosias 24:22).

Nas narrativas do Livro de Mórmon que precederam a visita de Cristo, aqueles que escaparam de seus inimigos ou experimentaram libertações milagrosas muitas vezes ofereceram sacrifícios de animais como um sinal de gratidão. No entanto, quando Jesus Cristo cumpriu a Lei de Moisés, tais sacrifícios não eram mais aceitáveis como uma forma apropriada de gratidão e adoração. Cristo ensinou que agora "oferecer-me-eis como sacrifício um coração quebrantado e um espírito contrito" (3 Néfi 9:20).9

Esse sacrifício é especialmente significativo no contexto da observância do dia do Senhor (ver D&C 59:8-9). O Presidente Eyring descreveu o dia do Senhor como um dia de "gratidão e amor".10 Ele então explicou: "Ao partilharmos do pão e da água, lembramo-nos de que Ele sofreu por nós. E quando sentimos gratidão pelo que Ele fez por nós, percebemos Seu amor por nós e nosso amor por Ele".11

Finalmente, o Livro de Mórmon em si é um tesouro inestimável que deve evocar uma resposta de sincera gratidão. Élder Russell M. Nelson ensinou que "temos o Livro de Mórmon já há quase 200 anos. […] Por causa dessas e de outras escrituras preciosas, sabemos que Deus é nosso Pai Eterno e que Seu Filho, Jesus Cristo, é nosso Salvador e Redentor. Por essas dádivas espirituais, graças demos a Deus!".12

Leitura Complementar

Henry B. Eyring, "Adoração no Dia do Senhor", A Liahona, outubro de 2016, disponível online em: lds.org. Russell M. Nelson, "Graças Demos a Deus", A Liahona, maio de 2012, pp. 77, disponível online em: lds.org. Dallin H. Oaks, "Render Graças por Todas as Coisas", A Liahona, maio de 2003, disponível online em: lds.org.

1. Para uma proposta da localização física deste vale, ver George D. Potter, "A New Candidate in Arabia for the ‘Valley of Lemuel’", Journal of Book of Mormon Studies 8, no. 1 (1999): pp. 54–63, 79; S. Kent Brown, "New Light from Arabia on Lehi's Trail", em Echoes and Evidences of the Book of Mormon, ed. Donald W. Parry, Daniel C. Peterson e John W. Welch (Provo, UT: FARMS, 2002), pp. 60–62; S. Kent Brown, "The Hunt for the Valley of Lemuel", Journal of Book of Mormon Studies 16, no. 1 (2007): pp. 64–73, 86–88. 2. Central do Livro de Mórmon, "Como Leí poderia oferecer sacrifícios fora de Jerusalém? (1 Néfi 7:22) ", KnoWhy 9 (11 de janeiro de 2017); David Rolph Seely, "Lehi's Altar and Sacrifice in the Wilderness", Journal of Book of Mormon Studies 10, no. 1 (2001): pp. 62–69, 80; Brown, "New Light from Arabia on Lehi's Trail", pp. 62–63; S. Kent Brown, "What Were Those Sacrifices Offered by Lehi?" em From Jerusalem to Zarahemla: Literary and Historical Studies of the Book of Mormon (Provo, UT: Religious Studies Center, Brigham Young University, 1998), p. 2; Hugh Nibley, An Approach to the Book of Mormon, The Collected Works of Hugh Nibley: Volume 6 (Provo: Deseret Book and FARMS, 1988), pp. 245–246. 3. Ver o artigo da Central do Livro de Mórmon, "Leí usou a linguagem da antiga poesia beduína? (1 Néfi 2:9–10) ", KnoWhy 5 (31 de dezembro de 2016); Hugh Nibley, "Lehi in the Desert—Part VI ", Improvement Era 53, no. 6 (June 1950): pp. 517–518; Hugh Nibley, "Lehi in the Desert—Part VII", Improvement Era 53, no. 7 (July 1950): pp. 566–567, 587–588; reimpresso em Hugh Nibley, Lehi in the Desert/The World of the Jaredites/There Were Jaredites, The Collected Works of Hugh Nibley: Volume 5 (Salt Lake City/Provo, UT: Deseret Book and FARMS, 1988), pp. 84–92. 4. Para obter mais informações sobre sacrifícios no Livro de Mórmon, consulte Donald W. Parry, "Service and Temple in King Benjamin's Speech", Journal of Book of Mormon Studies 16, no. 2 (2007): pp. 45–47; Matthew Roper, "A Black Hole That’s Not So Black", Review of Books on the Book of Mormon 6, no. 2 (1994): pp. 169–174. 5. Para obter mais informações sobre essa profunda transformação, consulte Clifford P. Jones, "The Great and Marvelous Change: An Alternate Interpretation", Journal of the Book of Mormon and Other Restoration Scripture 19, no. 2 (2010): pp. 50–63. Ver também, o artigo da Central do Livro de Mórmon, "Por que Jesus Cristo se comparou a uma galinha? (3 Néfi 10: 4)", KnoWhy 200 (7 de setembro de 2017). 6. Para um estudo da oração de Cristo entre o povo de Abundância, ver Robert L. Millet, "The Praying Savior: Insights from the Gospel of 3 Nephi", em Third Nephi: An Incomparable Scripture, ed. Andrew C. Skinner e Gaye Strathearn (Salt Lake City e Provo, UT: Deseret Book e Neal A. Maxwell Institute for Religious Scholarship, 2012), pp. 131–146. Ver também Donald W. Parry, "'Pray Always': Learning to Pray as Jesus Prayed", em The Book of Mormon: 3 Nephi 9–30, This Is My Gospel, Book of Mormon Symposium Series, Volume 8, ed. Monte S. Nyman e Charles D. Tate (Provo, UT: Religious Studies Center, Brigham Young University, 1993), pp. 137-148. 7. Henry B. Eyring, "Adoração no Dia do Senhor", A Liahona, outubro de 2016, disponível online em: lds.org. 8. Eyring, "Adoração no Dia do Senhor", disponível online em: lds.org. 9. Ver o artigo da Central do Livro de Mórmon, "Por que Jesus disse que devemos sacrificar 'um coração quebrantado e um espírito contrito'? (3 Néfi 9: 19-20)", KnoWhy 198 (5 de setembro de 2017). 10. Eyring, "Adoração no Dia do Senhor", disponível online em: lds.org. 11. Eyring, "Adoração no Dia do Senhor", disponível online em: lds.org. 12. Russell M. Nelson, "Graças Demos a Deus", A Liahona, maio de 2012, p. 77, disponível online em: lds.org.

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