KnoWhy #298 | Janeiro 25, 2018
Por que se deve orar sempre para perseverar até o fim?
Postagem contribuída por
Scripture Central
"Porque, se désseis ouvidos ao Espírito que ensina o homem a orar, saberíeis que deveis orar; porque […] vos digo que deveis orar sempre e não desfalecer" 2 Néfi 32:8–9
Conteúdo e contexto
Em 2 Néfi 31, Néfi expôs a doutrina de Cristo, concluindo com uma admoestação para "persevera[r] até o fim", indo "com firmeza em Cristo" (v. 20).1 No entanto, apesar de seus esforços para transmitir esse princípio, o público de Néfi ainda parecia incerto sobre o que deveria fazer após se arrepender e receber o batismo (ver 2 Néfi 32:1). Nesse contexto, Néfi os lembrou de que eles poderiam "falar a língua de anjos" (v. 2). Ele então proferiu seu famoso ensinamento sobre a oração, admoestando-os a "orar sempre e não desfalecer" (v. 9).
Néfi explicou ser o Espírito do Senhor que "ensina o homem a orar" e que, se ele ouvir essa influência divina, saberá que "dev[e] orar" (2 Néfi 32:8). Em contraste, "o espírito mau não ensina o homem a orar" (v. 8). Para enfatizar a grande diferença entre essa influência espiritual oposta, Néfi combinou finais semelhantes, embora opostos, no final da parte principal de sua declaração:
Porque, se désseis ouvidos ao Espírito que ensina o homem a orar, saberíeis que deveis orar; porque o espírito mau não ensina o homem a orar, mas ensina-lhe que não deve orar.2
Após estabelecer a necessidade de oração, Néfi ajudou seu público a entender como a oração está relacionada ao conceito de perseverar até o fim. Eles queriam saber o que "deve[riam] fazer" depois do batismo (2 Néfi 32:1, ênfase adicionada). Néfi explicou que antes de fazer qualquer coisa, eles deveriam "orar ao Pai, em nome de Cristo, para que ele consagre para vós a vossa ação […] para o bem-estar de vossa alma" (v. 9).
Nesse sentido, a oração pode funcionar como uma chave espiritual, que pode desbloquear ou revelar as ações que uma pessoa precisa fazer para perseverar fielmente até o fim.3 Néfi viu que a oração foi facilitada pelo dom do Espírito Santo, que pode revelar "todas as coisas que deve[mos] fazer".4 Essa inspiração divina também teria permitido que seus destinatários falassem — e, portanto, orassem — com "a língua de anjos" (2 Néfi 32:2).5
Doutrinas e Princípios
Ao permitir que o Espírito Santo ajude a fazer as orações e ao permitir que orações inspiradas ajudem a orientar as ações, aqueles que buscam tal orientação não pedirão ou farão "que seja contrário [a sua] vontade." (Helamã 10:5). Nesse modo de vida submisso, o Senhor pode "consagre[ar] para [nós] a [nossa] ação, a fim de que a [nossa] ação seja para o bem-estar de vossa alma" (2 Néfi 32:9). Como o Élder D. Todd Christofferson definiu: "Consagrar significa separar ou dedicar algo para que se torne sagrado, dedicado a propósitos santos".6 Portanto, aqueles que buscam consistentemente e fazem a vontade do Senhor podem se tornar santificados e santos, se perseverarem nesse padrão até o fim de suas vidas.
Néfi lamentou que seu povo não "procura[vam] conhecimento nem compreend[iam] grande conhecimento, quando lhe é dado com clareza, sim, tão claramente quanto o podem ser as palavras" (2 Néfi 32:7). Isso destaca o quão importante e fundamental essa doutrina era na perspectiva de Néfi. Esse grande profeta, que tivera visões extraordinárias e estivera em comunicação pessoal direta com o Senhor, viu o princípio claro e simples da oração inspirada como a chave para receber grande conhecimento.
Como o povo de Néfi, muitos hoje podem entender mal ou deixar de aplicar o mandamento de Néfi de "orar sempre" (2 Néfi 32:9). Ao expor esse tópico, o Élder David A. Bednar ensinou que o padrão do Senhor de criar o mundo (primeiro com a criação espiritual e depois com a criação física) pode ser relacionado e aplicado à oração:
De modo semelhante, uma oração significativa pela manhã é um elemento importante na criação espiritual de cada dia — e precede a criação física, ou a execução propriamente dita de cada dia. Assim como a criação física estava vinculada à criação espiritual, sendo uma continuação dela, assim também uma oração significativa pela manhã está vinculada à da noite, que é uma continuação dela. […] A oração que fazemos pela manhã e à noite, e todas as que fazemos durante o dia, não são acontecimentos isolados e separados, mas estão interligadas entre si a cada dia, ao longo de dias, semanas, meses e até anos.7
Em parte, essa ligação entre as orações ocorre quando, como Amuleque ensinou, "vosso coração, [está] voltado continuamente para [o Senhor] em oração" (Alma 34:27). Por outro lado, o Senhor se sentirá como um "estranho" para a pessoa que o mantém "longe dos pensamentos e desígnios de seu coração" (Mosias 5:13). Aqueles que se tornam casuais, complacentes ou desinteressados na oração, desligar-se-ão tragicamente desta vital "corda salva-vidas entre a humanidade e Deus".8 Isso parece fazer parte da atitude endurecida entre o povo de Néfi, que os levou a sofrer e a "lamentar a incredulidade e a iniquidade e a ignorância e a obstinação dos homens" (2 Néfi 32:7).
Em contraste, a oração constante cria um relacionamento duradouro com o Senhor e, por sua vez, leva a pessoa a perseverar com sucesso até o fim. Élder Richard G. Scott descreveu o plano do Senhor para a vida de cada indivíduo como "maravilhosamente simples e incomparavelmente belo. Se você continuar a viver em retidão, sempre saberá o que fazer".9 A capacidade pessoal será aumentada, os desafios da vida serão suportados pacientemente e o caminho para a vida eterna será iluminado passo a passo. Tais são as bênçãos para todos os que permanecem em oração com o Senhor, "permanentemente, submissamente, inabalavelmente, [e] para sempre".10
Leitura Complementar
Élder David A. Bednar, "Orar sempre", A Liahona, novembro de 2008, pp. 41–44, disponível em: lds.org. Élder Richard G. Scott, "O Dom Celestial da Oração", A Liahona, maio de 2007, pp.8–11, disponível em: lds.org. Élder Russell M. Nelson, "O Doce Poder da Oração", A Liahona, maio de 2003, disponível em: lds.org.1. Ver o artigo da Central do Livro de Mórmon, "Qual é a doutrina de Cristo? (2 Néfi 31:21)", KnoWhy 58 (13 de março de 2017). 2. Formatação adaptada de Donald W. Parry, ed., Poetic Parallelisms in the Book of Mormon: The Complete Text Reformatted (Provo, UT: Neal A. Maxwell Institute for Religious Scholarship, 2007), p. 129. 3. Ver Presidente Marion G. Romney, "Prayer is the Key", A Liahona, janeiro de 1976, disponível em: lds.org. 4. Esse princípio é maravilhosamente ensinado em 3 Néfi, onde está registrado que os discípulos do Salvador oraram "sem cessar; e não repetiam muitas palavras, porque lhes era manifestado o que deviam dizer e estavam cheios de anelo" (3 Néfi 19:24). Para saber mais sobre os ensinamentos do Salvador sobre a oração, ver Robert L. Millet, "The Praying Savior: Insights from the Gospel of 3 Nephi", em Third Nephi: Incomparable Scripture, ed. Andrew C. Skinner e Gaye Strathearn (Salt Lake City e Provo, UT: Deseret Book e Neal A. Maxwell Institute for Religious Scholarship, 2012), pp. 131–146; Donald W. Parry, "'Pray Always': Learning to Pray as Jesus Prayed", em 3 Nephi 9–30, This Is My Gospel, ed. Monte S. Nyman e Charles D. Tate, Book of Mormon Symposium Series, Volume 8 (Provo, UT: Religious Studies Center, Brigham Young University, 1993), pp. 137–148. 5. Ver o artigo da Central do Livro de Mórmon, "O que significa falar a língua dos anjos? (2 Néfi 32:2)", KnoWhy 60 (15 de março de 2017). 6. Élder D. Todd Christofferson, "Reflexões sobre uma vida consagrada", A Liahona, novembro de 2010, p. 16, disponível em: lds.org. 7. Élder David A. Bednar, "Orar sempre", A Liahona, novembro de 2008, pp. 41–44, disponível em: lds.org. 8. Presidente James E. Faust, "A Oração como Corda Salva-Vidas", A Liahona, maio de 2002, disponível em: lds.org. 9. Élder Richard G. Scott: "Ele Vive", A Liahona, novembro de 1999, disponível em: lds.org. 10. Élder Jeffrey R. Holland, "'Estai em Mim'", A Liahona, maio de 2004, disponível em: lds.org.