KnoWhy #10 | Janeiro 12, 2017

Qual fruto é branco?

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Scripture Central

"O fruto era branco, excedendo toda brancura que eu já vira." 1 Néfi 8:11

O Conhecimento

A famosa visão de Leí da Árvore da Vida inclui esta memorável apresentação: "E aconteceu que me aproximei e comi de seu fruto; e vi que era o mais doce de todos os que já havia provado. Sim, e vi que o fruto era branco, excedendo toda brancura que eu já vira" (1 Néfi 8:11; itálico adicionado).

Este detalhe sobre o fruto da Árvore da Vida, que era "branco, excedendo toda brancura", encontra um paralelo interessante nas antigas crenças judaico-cristãs. Em uma apresentação de 2005, Margaret Barker, uma estudiosa bíblica que não é membro da Igreja de Jesus Cristo, fez uma pergunta: "As revelações de Joseph Smith se encaixam nesse contexto, do reinado do rei Zedequias […] [que] foi nomeado rei de Jerusalém em 597 [a.C.]?"1 Mais tarde, ela ofereceu uma série de exemplos que, em sua opinião, afirmam que "a revelação da história [do Livro de Mórmon] a Joseph Smith não está fora de sintonia" com o mundo antigo do Oriente Próximo. 2

Um exemplo oferecido por Barker é a descrição do fruto branco da visão de Leí, que encontra uma semelhança com as antigas crenças judaico-cristãs. O primeiro tratado cristão (gnóstico) intitulado Sobre a Origem do Mundo inclui uma descrição do paraíso (o jardim do Éden) e da Árvore da Vida.

Visão de Leí

"A Árvore da Vida se assemelha ao sol, e seus ramos são belos", diz o texto. Suas folhas são como as folhas do cipreste, seu fruto é como o cacho de uvas brancas, e sua altura atinge o céu. 3 Há um paralelo com o texto judaico não canônico 1 Enoque, que descreve a fragrante "árvore da sabedoria" como contendo cachos de uvas (1 Enoque 32:4-6).

Em uma linha semelhante, C. Wilfred Griggs chamou a atenção para o fato de a árvore do paraíso ser um cipreste branco (ou possivelmente brilhante) na antiga religião grega.4

Barker menciona que não tinha conhecimento de outras fontes antigas que descreviam a fruta como sendo branca até encontrar o Livro de Mórmon. "Imaginem minha surpresa", exclamou Barker, "quando li o relato da visão de Leí sobre a árvore cujos frutos brancos fazem alguém feliz (1 Néfi 11:4-23)." Barker concluiu: "Essa revelação a Joseph Smith é o antigo simbolismo de Sabedoria, intacto e provavelmente como era conhecido em 600 a.C."5

O porquê

A Árvore da Vida

Estudiosos dentro e fora da fé dos santos dos últimos dias começam a reconhecer que o Livro de Mórmon contém muitos ensinamentos e símbolos em harmonia com as primeiras crenças judaico-cristãs e outras crenças mediterrâneas antigas. Esses ensinamentos podem ser encontrados incorporados na narrativa e na teologia de seu texto.6 Uma dessas concepções religiosas associava a cor branca à santidade e à sacralidade.

O sumo sacerdote israelita, por exemplo, usava linho branco como sinal de sua santa vocação (Levítico 16:4, 32) e o linho branco é usado por seres celestiais (anjos e os santos redimidos) no Apocalipse de João (Apocalipse 3:5, 18; 4:4; 6:11; 7:9, 13; 15:6; 19:8). A descrição no Livro de Mórmon de um fruto branco que adorna a Árvore da Vida pode, portanto, ser interpretada como um símbolo de algo santo e sagrado a ser colhido livremente e comido com alegria por todos os que buscam a retidão e a vida eterna.

Leitura Complementar

Margaret Barker, "Joseph Smith and Preexilic Israelite Religion", em The Worlds of Joseph Smith, ed. John W. Welch (Provo, UT: Brigham Young University Press, 2005), pp. 69–82. Daniel C. Peterson, "Nephi and His Asherah: A Note on 1 Nephi 11:8–23", em Mormons, Scripture, and the Ancient World: Studies in Honor of John L. Sorenson, ed. Davis Bitton (Provo, UT: FARMS, 1998), pp. 191–244. Gerald E. Smith, Schooling the Prophet: How the Book of Mormon Influenced Joseph Smith and the Early Restoration (Provo, UT: Neal A. Maxwell Institute for Religious Scholarship, 2015). Brant A. Gardner, Second Witness: Analytical and Contextual Commentary on the Book of Mormon (Salt Lake City, UT: Greg Kofford Books, 2007), 1: pp. 214–22. C. Wilfred Griggs, "The Book of Mormon as an Ancient Book", em Book of Mormon Authorship: New Light on Ancient Origins, ed. Noel B. Reynolds (Provo, UT: Religious Studies Center, Brigham Young University, 1982), pp. 75–102.

1. Margaret Barker, "Joseph Smith and Preexilic Israelite Religion," em The Worlds of Joseph Smith, ed. John W. Welch (Provo, UT: Brigham Young University Press, 2005), pp. 69.

2. Barker, "Joseph Smith and Preexilic Israelite Religion", p. 72. 3. Marvin Meyer, trad., "On the Origin of the World", em The Nag Hammadi Scriptures, ed. Marvin Meyer (New York: HarperOne, 2007), p. 210. Traduzido por Book of Mormon Central. 4. C. Wilfred Griggs, "The Book of Mormon as an Ancient Book", em Book of Mormon Authorship: New Light on Ancient Origins, ed. Noel B. Reynolds (Provo, UT: Religious Studies Center, Brigham Young University, 1982), p. 86. 5. Barker, "Joseph Smith and Preexilic Israelite Religion", p. 76, ênfase no original. Compare os comentários de Barker com o de Griggs aqui "The Book of Mormon as an Ancient Book," pp. 75–102; Brant A. Gardner, Second Witness: Analytical and Contextual Commentary on the Book of Mormon (Salt Lake City: Greg Kofford Books, 2007), 1: pp. 214–22; Gerald E. Smith, Schooling the Prophet: How the Book of Mormon Influenced Joseph Smith and the Early Restoration (Provo, UT: Neal A. Maxwell Institute for Religious Scholarship, 2015), pp. 71–85. 6. 1 Néfi não é o único texto no Livro de Mórmon a expor o simbolismo doutrinário da Árvore da Vida e seu fruto branco. A visão de Leí é explorada no Livro de Mórmon de uma maneira rica e significativa. Ver Daniel L. Belnap, Gaye Strathearn e Stanley A. Johnson, ed. The Things Which My Father Saw: Approaches to Lehi 's Dream and Nephi's Vision (Provo, UT: Religious Studies Center, Brigham Young University, 2011).

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