KnoWhy #610 | Junho 23, 2021

Por que Doutrina e Convênios 65 é conhecida como uma revelação sobre a oração?

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Central das Escrituras

"Orai ao Senhor, invocai seu santo nome, divulgai suas obras maravilhosas entre o povo" Doutrina e Convênios 65:4

O conhecimento

Embora o momento exato que inspirou a pequena revelação que hoje é Doutrina e Convênios 65 seja desconhecido, Joseph Smith a descreveu como uma "revelação sobre a oração".1 A revelação exorta os ouvintes: "Orai ao Senhor" e "Invocai o Senhor" (D&C 65:4–5), e o verso final em si é uma oração (D&C 65:6). Contudo, à primeira vista, pode não parecer que a oração é o tema principal desta revelação, que fala sobre as "chaves do reino de Deus" serem "conferidas ao homem na Terra" (D&C 65:2) e enfatiza claramente a união do reino celestial e sua contraparte terrena (D&C 65:6).

William E. McLellin, que evidentemente estava presente quando a revelação foi dada, fez uma cópia para seus próprios registros. Nesse documento, perdido até a década de 1990, McLellin afirma que a revelação falava "sobre o versículo 10 de Mateus 6", ou seja, Mateus 6:10.2 Este versículo faz parte do Pai Nosso (Mateus 6:9–13) e diz: "Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu".

Na verdade, muitas semelhanças entre D&C 65 e o Pai Nosso em Mateus, passam despercebidas. O Pai Nosso começa: "Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome"(Mateus 6:9; ênfase adicionada). De forma semelhante, D&C 65:4 diz: "Orai ao Senhor, invocai seu santo nome" (ênfase adicionada). O Senhor ensinou Seus discípulos a orar pelo "pão nosso de cada dia [...]" (Mateus 6:11), fazendo alusão ao grande banquete do dia do milênio.3 Em D&C 65:3, o texto exorta: "Preparai o caminho do Senhor". Além disso, a oração Pai Nosso inclui uma súplica: "E não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal" (Mateus 6:13) e D&C 65:6 diz: "Teus inimigos sejam subjugados." Ambos os textos também concluem com doxologias ("hinos de louvor") semelhantes:

"Porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém" (Mateus 6:13). "Pois tua é a honra, o poder e a glória para todo o sempre. Amém." (D&C 65:6)

Embora possam ser encontradas conexões entre esta revelação e as palavras da oração Pai Nosso, como indica McLellin, os temas predominantes de D&C 65 referem-se à petição em Mateus 6:10: "Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu." D&C 65 suplica para que "Seu reino siga pela Terra" e que "Filho do Homem descerá no céu", pedindo que "Deus, sejas glorificado no céu e na Terra" ( vv.5–6).

O porquê

As informações que William E. McLellin forneceu sobre o contexto desta revelação (descrita em um comentário especificamente sobre Mateus 6:10), "fornece aos leitores uma chave inestimável para descobrir e apreciar o significado desta revelação".4 Este detalhe contextual explica por que a seção foi considerada uma "revelação sobre a oração" e porque enfatiza a vinda do reino de Deus. É uma revelação sobre a oração Pai Nosso, especificamente a súplica: "Venha o teu reino". Como tal, a seção 65 fornece orientação sobre o que os santos devem orar: que o evangelho e o reino "[rolem] [...] até os confins da Terra" (D&C 65:2).

Também, de certo modo, a seção 65 é em si uma oração, como se lê no cabeçalho desta revelação.5 Esta súplica levanta uma confirmação de "uma voz como a de alguém enviado do alto". Clama: "Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas" (v. 1). Pede que, agora que as chaves do reino estão em nossas mãos, "rolará o evangelho [...] até encher toda a Terra" (v. 2). Implora: "Preparai o caminho do Senhor, preparai a ceia do Cordeiro, aprontai-vos para o Esposo" (v. 3). Ela invoca o santo nome do Senhor para "divul[gar] suas obras maravilhosas entre o povo" (v. 4). Fala com o Senhor, orando para que o Filho do Homem "[desça] no céu, revestido [...] de sua glória" (v. 5). E ora para que o reino de Deus siga pela Terra, para que venha o reino dos céus e para que Deus seja glorificado. E como todas as verdadeiras orações, termina com palavras de louvor a Deus e conclui com um solene "Amém" (v. 6).

Podemos orar para que essa revelação guie e inspire a todos nós ao aumentarmos nossa capacidade de orar em harmonia, com a mente e a vontade do Senhor Jesus Cristo, cujo evangelho revelado ensina Seus discípulos a orar fervorosamente. Como ela, suplicamos: "Senhor, ensina-nos a orar" (Lucas 11:1).

Leitura Complementar

Jan Shipps e John W. Welch, eds., The Journals of William E. McLellin, 1831–1836 (Provo, UT: BYU Studies; Urbana y Chicago, IL: University of Illinois Press, 1994), pp. 241–246. "Contexto histórico e antecedentes de D&C 65", de Steven C. Harper e Casey Paul Griffiths, online em centraldyc.es. Central do Livro de Mórmon, "Por que o Pai Nosso é diferente em 3 Néfi? (3 Néfi 13:9; Mateus 6:9; cf. Lucas 11:2)", KnoWhy 204 (13 de setembro de 2017)

1. Joseph Smith, História, 1838–1856, v. A-1, p. 155, disponível em josephsmithpapers.org. Quando BH Roberts reeditou a história de Joseph Smith para publicação no século XX, editou a introdução de Joseph nesta revelação com os dizeres: "Recebi a seguinte oração por revelação". Ver B. H. Roberts, ed., History of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 6 v., 2. ed. rev. (Salt Lake City, UT: Deseret Book, 1951), 1:218. Essa foi a base para declarar no cabeçalho da edição de 1981 de Doutrina e Convênios que Joseph "designa esta revelação como uma oração". Em 2013, o cabeçalho foi atualizado para dizer que era uma "revelação sobre a oração", como na edição original de 1835 de Doutrina e Convênios. Ver Joseph Smith Jr. et al., comps., Doctrine and Covenants of the Church of the Latter Day Saints: Carefully Selected from the Revelations of God (Kirtland, OH: F. G. Williams & Co., 1835), p. 151. 2. Ver Jan Shipps y John W. Welch, eds., The Journals of William E. McLellin, 1831–1836 (Provo, UT: BYU Studies; Urbana y Chicago, IL: University of Illinois Press, 1994), p. 243. 3. Ver Hans Dieter Betz, The Sermon on the Mount, Hermeneia—A Critical and Historical Commentary on the Bible (Minneapolis, MN: Fortress Press, 1995), pp. 397–399; John W. Welch, The Sermon on the Mount in the Light of the Temple (Burlington, VT: Ashgate, 2009), p. 129; John W. Welch, Illuminating the Sermon at the Temple and the Sermon on the Mount (Provo, UT: FARMS, 1999), pp. 145–146. 4. Shipps e Welch, eds., Journals of William E. McLellin, p. 243. Nos agradecimentos (p. XX), as notas históricas e comentários sobre D&C 65 são atribuídos a Trevor Packor. 5. Para mais detalhes, ver a referência n°1.

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