KnoWhy #619 | Outubro 7, 2021

Por que a temporada ‘‘Pentecostal’’ em Kirtland é crível?

Postagem contribuída por

 

Central das Escrituras

“Retirou-se o véu de nossa mente e abriram-se os olhos de nosso entendimento" Doutrina e Convênios 110:1

O conhecimento

Os meses que antecederam a conclusão e dedicação do templo de Kirtland, testemunharam uma torrente de manifestações celestiais semelhantes ao dia de Pentecostes. De acordo com Milton V. Backman Jr., "durante um período de quinze semanas, de 21 de janeiro a 1º de maio de 1836, provavelmente muito mais Santos dos Últimos Dias tiveram visões e testemunharam outras manifestações espirituais incomuns do que em qualquer outro período na história da Igreja".1 Karl Ricks Anderson documentou oito ocasiões diferentes em que o Salvador apareceu no templo durante esse período.2 Felizmente, o glorioso derramamento de manifestações divinas está bem documentado por várias fontes contemporâneas de testemunhas oculares. O historiador Steven C. Harper destaca seis registros escritos durante o período pentecostal que documentam algumas das manifestações celestiais que ocorreram naquela época.3 Benjamin Brown, que se converteu à Igreja em 1835, começou a escrever uma carta para sua esposa pouco antes da assembleia solene de 27 de março de 1836, durante a qual o templo foi dedicado. Em sua carta, Brown narrou "as muitas coisas maravilhosas" que aconteceram nos últimos dias e semanas. Ele disse: "Muitas visões foram apresentadas [...] de noite e de dia. Alguns viram os céus abertos e viram o Salvador, outros viram anjos nos quatro cantos da casa do Senhor". E outros tiveram visões incríveis de vários profetas bíblicos (Adão, Elias, Pedro, Tiago e João) e línguas repartidas, como vistas no dia de Pentecostes em Atos 2:3.4 Oliver Cowdery estava muito envolvido na administração das sagradas ordenanças e manifestações divinas que levaram à dedicação do templo de Kirtland. Ele fizera anotações curtas, semelhantes a um diário, sobre esses eventos em um caderno de rascunhos, de janeiro a março de 1836. Oliver fez breves anotações de várias ocasiões em que "os céus se abriram para muitos" e as pessoas tiveram visões, profetizaram e falaram em línguas. Como Brown, Oliver registrou ter visto as línguas sendo repartidas no dia em que o templo foi dedicado.5 Oliver também forneceu um relato detalhado dos eventos no Messenger and Advocate, onde menciona que um "Anjo Sagrado", identificado em outras fontes como o Salvador, foi visto nos referidos atos sentado entre Frederick G. Williams e Joseph Smith, Sr.6 Como bispo em Kirtland, Edward Partridge estava diretamente envolvido em muitas das reuniões em que ocorreram manifestações celestiais. Partridge manteve um diário detalhado durante esse período, mencionando várias ocasiões em que as pessoas tiveram visões e falaram em línguas durante a administração de ordenanças sagradas. Ele confirmou que Williams "viu um anjo, ou melhor, o Salvador" durante a dedicação do templo.7 Na primeira semana de abril de 1836, W. W. Phelps escreveu uma carta para sua esposa, Sally, documentando vários eventos sagrados das semanas anteriores. Phelps confirmou a aparição de um anjo (ou do Salvador) durante a reunião de dedicação, no domingo de 27 de março, e mencionou várias ocasiões em que as pessoas profetizaram ou falaram em línguas. Ele também relatou os acontecimentos do domingo seguinte, 3 de abril, quando fora realizada uma segunda sessão dedicatória, na qual "as cortinas caíram [...] E houve uma manifestação do Senhor aos irmãos Joseph e Oliver, [na qual?] eles [aprenderam?] que o grande e terrível dia do Senhor, mencionado por Malaquias, estava próximo, mesmo às portas".8 Menos conhecido é o registro deixado por Stephen Post, um converso de 1835 que havia sido chamado para o Segundo Quórum dos Setenta. Ele manteve um diário detalhado durante grande parte de sua vida, registrando muitos detalhes sobre a dedicação do Templo de Kirtland e outros eventos relacionados. Com relação à assembleia solene em 27 de março, Post declarou que Frederick G. Williams viu um anjo entrar no templo e permanecer durante os eventos. Aquela noite foi uma "continuação do nosso pentecostes": anjos foram vistos e línguas repartidas, e muitas pessoas falaram em línguas e profetizaram. Post registrou manifestações semelhantes nos dias seguintes.9 O relato mais detalhado é do próprio Joseph Smith, em seu diário de 1835-1836. Joseph (ou um de seus escreventes) relatou sobre várias reuniões, de ordenanças sagradas e das manifestações celestiais recebidas durante esse período, incluindo o relato das visitas de Jeová, Moisés, Elias e Elias, o profeta, em 3 de abril de 1836, posteriormente canonizado como Doutrina e Convênios 110. Esta foi a aparição final e culminante do Salvador durante aquele período extraordinário.10 Durante uma reunião do domingo, após a administração do sacramento, os véus ao redor do púlpito foram removidos e o véu sobre os olhos e mentes de Joseph Smith e Oliver Cowdery foi removido (ver D&C 110:1). "Vimos o Senhor de pé no parapeito do púlpito", declararam. "Os seus olhos eram como uma labareda de fogo; os cabelos de sua cabeça eram brancos como a pura neve; o seu semblante resplandecia mais do que o brilho do sol; e a sua voz era como o ruído de muitas águas, sim, a voz de Jeová" ( D&C 110:2–3). O Senhor aceitou o templo e garantiu a Joseph e Oliver que seu ''nome ali estará; e manifestar-me-ei a meu povo com misericórdia nesta casa" ( D&C 110:7). Imediatamente após esta visão "e Moisés apareceu diante de nós e conferiu-nos as chaves para coligar Israel" ( D&C 110:11). Isto foi seguido pelo aparecimento de Elias, que "apareceu e conferiu-nos a dispensação do evangelho de Abraão," ( D&C 110:12). Finalmente, Joseph e Oliver mencionam: "outra grande e gloriosa visão abriu-se para nós; pois Elias, o profeta, que fora levado ao céu sem experimentar a morte, apareceu diante de nós" ( D&C 110:13). Por fim, o "é chegado plenamente o tempo" para o cumprimento da profecia feita por Malaquias e repetida por Morôni, de que Elias viria para que o coração de pais e filhos se voltassem uns para os outros.11

O porquê

Aqueles primeiros meses de 1836 em Kirtland testemunharam uma das maiores manifestações espirituais da história, quando o templo foi concluído e certas ordenanças sagradas foram administradas pela primeira vez nesta dispensação. A incrível série de manifestações celestiais não seria tão crível se não fosse pela documentação histórica excepcionalmente forte, deixada por aqueles que estavam presentes. Como observou Steven C. Harper, "graças aos documentos contemporâneos extensos e detalhados, os leitores modernos têm o benefício de vários relatos de testemunhas oculares desses eventos".12 Apesar da incrível natureza dessas experiências, os relatos de testemunhas oculares são realistas e, no mínimo, discretos, aumentando sua credibilidade. Falando especificamente do relato fornecido pelo diário de Joseph Smith, Harper observou: "As descrições de Joseph sobre as experiências pentecostais em Kirtland são caracteristicamente diretas, sem exageros, afirmando com naturalidade que as bênçãos prometidas foram obtidas".13 Em outras palavras, é apresentado de forma convincente, como uma reflexão pessoal sobre o que realmente aconteceu, e não como uma tentativa de influenciar ou impressionar o público. Mesmo assim, percebendo a natureza monumental desses eventos, às vezes, Joseph Smith não conseguia deixar de se sentir sobrecarregado pelo transbordamento espiritual. Em um momento desse período glorioso, Joseph declarou: "[E] houve realmente um Pentecostes e uma investidura que será lembrada por muito tempo, pois o som se espalhará por todo o mundo a partir deste lugar, e os eventos deste dia serão transmitidos nas páginas da história sagrada para todas as gerações".14 Quase duzentos anos depois, esta declaração provou ser profética, pois esses eventos continuam a ser lembrados graças ao registro diligente de várias pessoas diretamente envolvidas. Entre os muitos milagres, visões e manifestações divinas incríveis, bem documentadas nos primeiros anos da restauração, nada possui um registro histórico contemporâneo tão forte quanto a temporada de 1836 das manifestações divinas vivenciadas por muitos em Kirtland.

Leitura Complementar

Karl Ricks Anderson, The Savior in Kirtland: Personal Accounts of Divine Manifestations (Salt Lake City, UT: Deseret Book, 2012). Steven C. Harper, "'A Pentecost and Endowment Indeed’: Six Eyewitness Accounts of the Kirtland Temple Experience", em Opening the Heavens: Accounts of Divine Manifestations, 1820–1844, 2a. ed., ed. John W. Welch (Salt Lake City, UT: Deseret Book; Provo, UT: BYU Press, 2017), pp. 351–393. Frederick G. Williams III, "'An Angel or Rather the Savior’ at the Kirtland Temple Dedication: The Vision of Frederick G. Williams", BYU Studies Quarterly 56, no. 1 (2017): pp. 119–134. Stephen D. Ricks, "The Appearance of Elijah and Moses in the Kirtland Temple and the Jewish Passover", BYU Studies 23, no. 4 (1983): pp. 483-486.
1. Milton V. Backman Jr., The Heavens Resound: A History of the Latter-day Saints in Ohio, 1830–1838 (Salt Lake City, UT: Deseret Book, 1983), p. 285. 2. Karl Ricks Anderson, The Savior in Kirtland: Personal Accounts of Divine Manifestations (Salt Lake City, UT: Deseret Book, 2012), pp. 225–247, esp. pp. 228–229. 3. Ver Steven C. Harper, "'A Pentecost and Endowment Indeed’: Six Eyewitness Accounts of the Kirtland Temple Experience", em Opening the Heavens: Accounts of Divine Manifestations, 1820–1844, 2a. ed., ed. John W. Welch (Salt Lake City, UT: Deseret Book; Provo, UT: BYU Press, 2017), pp. 351–393.4. Para a transcrição completa da carta de Brown, ver Harper, "A Pentecost and Endowment Indeed", pp. 359–363. Ao longo deste artigo KnoWhy, todas as citações de fontes primárias foram padronizadas em ortografia, pontuação e grafia. 5. Extratos deste registro são transcritos em Harper, "A Pentecost and Endowment Indeed", pp. 363–365. Ver também Leonard J. Arrington, "Oliver Cowdery’s Kirtland, Ohio, 'Sketch Book'", BYU Studies 12, no. 4 (1972): pp. 410-426. 6. Ver a transcrição de Oliver em Messenger and Advocate em Harper, "A Pentecost and Endowment Indeed", pp. 366–370. Na pág. 369, Oliver diz que "o Presidente F. G. Williams registrou que um Santo Anjo de Deus veio e ficou entre ele e J. Smith, Sr., enquanto a casa estava sendo dedicada". Ver também Frederick G. Williams III, "'An Angel or Rather the Savior’ at the Kirtland Temple Dedication: The Vision of Frederick G. Williams", BYU Studies Quarterly 56, no. 1 (2017): pp. 119–134. 7. Para obter uma transcrição dos artigos de jornal de Partridge, consulte Harper, "A Pentecost and Endowment Indeed, pp. 370–373. 8. Para conhecer a carta de Phelps, veja Harper, "A Pentecost and Endowment Indeed", pp. 373–374. Os colchetes são inserções de Harper. Em 1º de abril de 1836, a semana da Páscoa daquele ano começou no calendário judaico. Assim, a visita de Elias ocorreu durante a época da Páscoa, quando um lugar era preparado na refeição do Seder para o prometido retorno de Elias. Ver Stephen D. Ricks, "The Appearance of Elijah and Moses in the Kirtland Temple and the Jewish Passover", BYU Studies 23, no. 4 (1983): pp. 483-486. 9. Para uma transcrição do diário de Post, veja Harper, "A Pentecost and Endowment Indeed", pp. 376-379. 10. Para obter uma transcrição das anotações do diário de Joseph Smith, consulte Harper, "A Pentecost and Endowment Indeed", pp. 379-393. 11. D&C 110:14–15 ; cf. Malaquias 4:5–6; Joseph Smith—História 1:36–39. 12. Harper, "A Pentecost and Endowment Indeed", p. 355. 13. Harper, "A Pentecost and Endowment Indeed", p. 380. 14. Citado em Harper, "A Pentecost and Endowment Indeed", p. 392.
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